Rio+20 terá participação de 1,2 mil voluntários

09/06/2012 - 14h35

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) terá participação de 1,2 mil jovens brasileiros, entre universitários, moradores de comunidades vulneráveis e pessoas com deficiência.

De acordo com o secretário nacional de organização da conferência, ministro Laudemar Aguiar, os voluntários participaram de um treinamento, incluindo oficinas de sustentabilidade, direitos humanos, cidadania e voluntariado. Ao todo, 15 mil jovens participaram da seleção, sendo aproximadamente 10 mil universitários.

O diplomata explicou que a idéia do governo é criar um cadastro para que os voluntários possam participar de eventos futuros.

“Desde 1992, nas conferências que são realizadas no Brasil, temos tido a participação de voluntários. Mas quando terminavam os eventos, poucos deles eram aproveitados. A nossa ideia é que desta vez, com esse treinamento, os que trabalharem bem na Rio+20 possam ser reutilizados. Vamos fazer um cadastro positivo para que participem, com a experiência que têm, de próximos eventos, como a Copa do Mundo [em 2014] e as Olimpíadas [em 2016]”.

Ele informou que, durante a Rio+20, os voluntários vão trabalhar em diversas atividades de apoio, tanto no Riocentro, onde ocorrerá a cúpula dos chefes de Estado e de governo, como em outros locais que receberão eventos da conferência. Entre os critérios observados na escolha dos jovens estavam a experiência em ações de voluntariado e o domínio de idiomas.

O embaixador lamentou, no entanto, a baixa participação de pessoas com deficiência entre os voluntários. Segundo ele, apenas 71 jovens nessa condição se inscreveram na seleção, o que representa menos de 1% do total; e entre os 1.191 selecionados, 50 têm algum tipo de deficiência, correspondendo a 4% do total.

“O número é muito baixo já que no Brasil 23,9% da população têm alguma deficiência. Muitas dessas pessoas nem se inscrevem em processos seletivos em razão dos mais variados obstáculos de acessibilidade que costumam enfrentam. Por isso, temos um desafio de inclusão social e acessibilidade não só na Rio+20, mas em todo o Brasil”.

Também presente à solenidade, o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Jorge Chedieck, enfatizou que a mobilização da sociedade civil por meio do voluntariado é fundamental para a implementação do desenvolvimento sustentável.

“A forma de se envolver traduzida pelo voluntariado é peça central para o fortalecimento de uma cultura de desenvolvimento sustentável, de como construir um mundo melhor. E esse programa deixa para o Brasil um legado. O treinamento que essas pessoas receberam vai gerar mais trabalhos comunitários e serão criados precedentes de atuação para os eventos dos próximos anos”.

A estudante carioca Fernanda Tubenchlak, que tem 21 anos, contou que decidiu se inscrever no programa para aprender mais sobre sustentabilidade. “É um tema importante, eu faço biologia e isso está bem dentro do que eu estudo. Durante a conferência, vou fazer entrevistas com o público sobre o assunto e acho que vou aprender muito”.

Já a brasiliense Fernanda Silva, de 21 anos, que estuda relações internacionais, quer aproveitar a oportunidade para acompanhar discussões importantes envolvendo os principais líderes mundiais.

“Já trabalhei como voluntária em outros eventos, mas acho que este vai ser muito importante, porque vários líderes mundiais estão vindo para cá e é bacana entrar em contato com tudo isso. Na universidade, a gente só estuda e agora pode ver na prática muitas dessas coisas e conhecer melhor as expectativas do mundo para o meio ambiente”.
 

Edição: Rivadavia Severo