Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Parentes das vítimas da tragédia do voo AF447 prestaram hoje (1°) homenagens no Memorial às Vítimas Brasileiras do acidente, localizado no Alto Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, para lembrar os três anos do desastre. Eles querem saber quem foi o responsável pelo acidente.
O avião da empresa aérea Air France caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009, quando fazia a rota Rio-Paris, transportando 228 pessoas de 32 nacionalidades, sendo que 58 deles eram brasileiros.
O presidente da Associação das Famílias das Vítimas do voo da Air France, Nelson Marinho, de 69 anos, disse que aguarda o relatório conclusivo que será divulgado no próximo dia 5 de julho. Segundo ele, o resultado irá mostrar quem foi o responsável pela tragédia. Ele conta com um amigo que trabalha na área de aviação na França para investigar o caso. "Ele me passou documentos, sendo um deles com 750 páginas de pura denúncia. Sabemos todos nós que esse avião, pela sua automação, tem defeitos que deveriam ser corrigidos, por isso eles [a empresa] fogem da responsabilidade".
Nelson Marinho disse, em reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no ano passado, que solicitou ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que fizesse uma investigação paralela. "Eu não espero nada da Justiça da França. O governo francês já está mudando sua postura".
O engenheiro civil Bernardo Amorim de Souza, de 34 anos, irmão de uma das vítimas da tragédia, disse não confiar no resultado final do relatório. Segundo o engenheiro, o relatório não tem base científica. "A gente sabe que não vai mudar praticamente nada. Só vai favorecer mais ainda a Air France, para ela permanecer operando no Brasil normalmente como se nada tivesse acontecido”.
Bernardo Amorim acrescentou que os passageiros brasileiros deveriam ser mais bem assistidos pela Air France, assim como os franceses. "Os franceses foram bem assistidos pela empresa. Acho que a atenção pela empresa deixou a desejar aos brasileiros".
Segundo análises divulgadas, os equipamentos que medem a velocidade do avião, congelaram durante o voo, o que pode ter sido a causa da tragédia. A caixa-preta foi localizada dois anos depois, e somente alguns corpos foram identificados.
Edição: Rivadavia Severo