Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal quer estabelecer nos próximos anos uma política nacional de cultura que estimule a economia criativa, como são chamadas segmentos dos setores de serviços e de indústria que realizam atividades de entretenimento e fornecem bens artísticos – o que envolve desde artesanato à criação de software, passando pela organização de festas, espetáculos, produção musical, teatro, design entre outros.
Para conhecer a dimensão do setor, o Ministério da Cultura lançou hoje (1º) o Observatório Brasileiro da Economia Criativa (Obec) para articular rede de observatórios estaduais que fomentem pesquisas nas universidades públicas sobre as cadeias produtivas locais.
Segundo a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, a economia criativa “mobiliza uma grande quantidade de trabalho direto e indireto, mas não há como mensurar isso”, pois não existe uma base de informações seguras. “Esse tipo trabalho a gente tem que fazer inclusive para ajudar a organizar a formulação de políticas”.
Conforme a ministra, a intenção do governo é criar um projeto de desenvolvimento em diferentes áreas culturais que venham a ser consideradas estratégicas para o país. “A gente quer trabalhar para que o mercado da cultura se alimente mais da diversidade cultural”, disse Ana de Hollanda, antecipando uma linha de ação. A elaboração da política deve envolver outros ministérios e tratar inclusive de questões trabalhistas e fiscais em um setor considerado extremamente informal.
Não há estatística oficial sobre o segmento e o Ministério da Cultura não tem uma estimativa fechada sobre o peso da economia criativa na geração de riquezas no Brasil. De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado em outubro do ano passado, a economia criativa no Brasil alcançou 2,5% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 (movimentando R$ 93 bilhões). Em atividades diretas, o setor empregou, formalmente, 771 mil pessoas, quase 30% a mais do que o verificado em 2006. Segundo a Firjan, a renda média desses trabalhadores em 2010 era R$ 2.296.
De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a economia criativa movimentou em todo o mundo US$ 592 bilhões. O Brasil não consta na lista dos 20 países com as maiores economias criativas.
O site do Obec já dispõe de estudos de algumas áreas da economia criativa no Brasil como moda e arte contemporânea.
Edição: Lana Cristina