Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – De 1990 a 2010, as mortes maternas caíram 51% no Brasil, passando de 120 para 56 por 100 mil nascimentos. É o que aponta relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas e o Banco Mundial.
Segundo o relatório, 50 países apresentaram resultados positivos para o cumprimento da Meta do Milênio das Nações Unidas relacionada à redução da mortalidade materna, entre eles o Brasil. A meta é alcançar a taxa de 35 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos até 2015.
Dez países já alcançaram a meta, como a Estônia e o Vietnã, 14 tiveram progresso insuficiente e 11 não apresentaram nenhum progresso no período avaliado e correm o risco de não cumprir a meta.
“Os dados apresentam uma tendência positiva. Existe possibilidade [de o Brasil cumprir a meta]. São vários os progressos, mas é preciso seguir investindo na atenção pré-natal”, avalia Fernanda Lopes, representante do Programa em Saúde Reprodutiva e Direitos do Fundo de População da ONU.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apresentam queda menor em comparação aos das Nações Unidas. De 1990 a 2010, a taxa caiu de 141 para 68 mortes de mulheres para 100 mil nascidos vivos, conforme a pasta divulgou em fevereiro deste ano. A queda ocorreu com mais intensidade até o início dos anos 2000. Desde então, o ritmo tem sido mais lento.
Na ocasião, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ser viável cumprir a meta das Nações Unidas e que o foco do governo é melhorar a qualidade do atendimento para manter a tendência de queda. No primeiro semestre do ano passado, foram registradas 705 mortes maternas, ante 870 no mesmo período de 2010 – uma redução de 19%, de acordo com levantamento parcial.
Em todo mundo, 287 mil mortes maternas foram registradas em 2010, 47% menos em relação a 1990. A Índia e a Nigéria respondem por um terço dos casos, somando 96 mil mortes.
Morte materna é aquela causada por complicações durante a gestação ou até 42 dias após o fim da gravidez, quando provocada por problemas de saúde como hipertensão, desprendimento prematuro da placenta ou doenças preexistentes, a exemplo das cardíacas, do câncer e do lúpus.
Edição: Lana Cristina