Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O julgamento dos acusados pela morte do líder indígena Aldo da Silva Mota deve terminar apenas amanhã (18). De acordo com a diretoria da secretaria do Tribunal Regional Federal de Roraima, das 16 testemunhas, apenas duas foram ouvidas. O julgamento foi iniciado hoje (17) de manhã.
Índio da etnia Macuxi, Mota foi assassinado em janeiro de 2003, aos 52 anos. Seu corpo, encontrado por parentes dias após seu desaparecimento, estava enterrado em uma fazenda de Uiramutã, cidade criada em 1995. À época, a Fundação Nacional do Índio (Funai) já havia identificado a área como terra tradicional indígena (Terra Indígena Raposa Serra do Sol).
Estão sendo julgados o antigo ocupante da Fazenda Retiro, o ex-vereador Francisco das Chagas Oliveira da Silva, conhecido como Chico Tripa, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante do crime, além de Elisel Samuel Martin e Robson Belo Gomes, acusados de serem os executores do assassinato.
Demarcada em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e homologada em 2005 por Lula, a reserva foi alvo de uma briga judicial com o governo de Roraima, que questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) a demarcação em área contínua. Os opositores defendiam a demarcação em ilhas, para que seis grandes produtores de arroz e outros produtores rurais não índios pudessem permanecer na área.
Em 2009, o STF confirmou a demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR).
Edição: Fábio Massalli