Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, está formatando um novo programa voltado a apoiar projetos de tecnologias sustentáveis, que será lançado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho próximo.
Os recursos, calculados em torno de R$ 3 bilhões, virão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), antecipou hoje (15), no Rio de Janeiro, o presidente da Finep, Glauco Arbix, ao participar do 24º Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo Arbix, a ideia é reunir crédito e subvenção no mesmo programa. “Nós vamos agregar, dentro de dois ou três meses, um terceiro elemento, que é o investimento”, acrescentou. O presidente da Finep, no entanto, descartou a possibilidade de a agência de fomento administrar uma empresa, como ocorre no caso da Bndespar, subsidiária do BNDES. “Nós queremos apostar em um projeto. Se é o projeto de um avião novo, de um produto ou processo novo, e nós achamos que é rentável, é bom, é positivo, inovador ou relevante, nós podemos participar com 20%”.
Na sua avaliação, isso ajudaria a diminuir o custo de capital e o risco tecnológico dos projetos e permitiria à Finep arrecadar recursos não orçamentários. Ou seja, a Finep se tornaria sócia do projeto.
Segundo Arbix, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento têm aumentado cerca de 23% ao ano, no conjunto dos órgãos e empresas do Brasil. “Esse agregado mostra que o país está investindo muito em ciência, tecnologia e inovação, da maneira mais diversificada”.
A Finep aumentou em cerca de 50% seu orçamento em inovação e em desenvolvimento de tecnologias, no ano passado, o que elevou o montante para R$ 6 bilhões. Ao mesmo tempo, reduziu o tempo de análise dos projetos em 70%, de 214 dias para 102 dias.
Para este ano, Arbix revelou que a solicitação do órgão “e o horizonte com o qual nós estamos trabalhando são R$ 6 bilhões a mais”. A previsão é, no futuro, aumentar em cinco ou vezes o que a Finep investe em projetos de inovação. De acordo com Arbix, se os recursos não puderem vir da Finep na totalidade, serão buscados em outras fontes, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
“Falar em aumentar cinco ou seis vezes significa amplificar o nosso orçamento de R$ 6 bilhões para algo em torno de R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões por ano. É isso que nós precisamos”, explicou. Para Arbix, o investimento em inovação nas áreas mais intensivas em conhecimento possibilitará ao país quebrar a dependência tecnológica dos países avançados. “É aqui que nós abrimos, efetivamente, uma linha de futuro para o Brasil.”
Edição: Lana Cristina