Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (15) que o equipamento instalado pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para evitar as emissões de fuligem do poço de emergência, que foi objeto de embargo duas vezes, está funcionando “satisfatoriamente”. Minc participou hoje de vistoria técnica nas instalações da CSA, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro, junto com a presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, químicos e engenheiros do órgão.
Segundo o secretário, a estrutura é a principal exigência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a siderúrgica há um mês. O documento tem pouco mais de 100 pontos que precisam ser cumpridos em um prazo máximo de um ano após a assinatura, para que seja emitida a licença definitiva à empresa.
“O equipamento de enclausuramento do poço de emergência, de onde subia a nuvem de prata que perturbava a população do entorno, ficou pronto. Vimos o teste, em que foi virada uma panela de 300 toneladas de ferro-gusa [subproduto usado na fabricação do aço], e toda a fuligem foi capturada, com grandes coifas e exaustores”, disse.
Minc lembrou que a medida foi tomada após uma “queda de braço com a empresa”, que chegou a ser multada por dois episódios de emissão irregular de fuligem prata, no segundo semestre de 2010, em função de um problema no processo de despejo de ferro-gusa nos poços de emergência. Nas duas vezes, a poeira metálica atingiu casas próximas ao local onde está instalada a siderúrgica. “Foi uma exigência nossa, tivemos que embargar a empresa para que ela começasse a fazer isso”, acrescentou.
O secretário destacou que o equipamento, que custou R$ 33 milhões e tem capacidade de reduzir até 95% de todas as emissões possíveis, é inédito na siderurgia mundial. A exigência foi definida após uma auditoria independente de padrão internacional, que durou oito meses e foi determinada pela secretaria.
Minc ressaltou que, durante a vistoria de hoje, também foi verificado outro ponto que consta do TAC: o fechamento do corredor do alto-forno de onde sai o ferro-gusa, por onde pode haver emissão de vapor com partículas. Ele disse que a obra para o fechamento do corredor está em andamento, com previsão de conclusão em setembro. “Só sai a licença [definitiva] com todos os pontos cumpridos. Temos que manter o ambiente preservado, o emprego [das pessoas] seguro e os pulmões sem agressão,”
A CSA informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa está trabalhando para cumprir todos as exigências o mais rápido possível e lembrou que, desde 2010, não há registro de novos episódios de emissão de fuligem pela siderúrgica. O equipamento vistoriado hoje ficará em teste até o fim de junho, quando entrará em pleno funcionamento.
Edição: Lana Cristina