Da BBC Brasil
Brasília – O primeiro grupo de pessoas do Sudão do Sul, que estava isolado em um acampamento no Sudão, começou hoje (12) a sua viagem de volta para o Sul.
Cerca de 400 pessoas, de um total de 1,5 mil, estão sendo levadas de ônibus à capital sudanesa de Cartum, onde pegarão um avião até Juba, capital do Sudão do Sul.
Os moradores do acampamento foram considerados uma ameaça à segurança do Sudão no mês passado. Eles chegaram até mesmo a receber um ultimato para deixar o país.
Pessoas do Sudão do Sul perderam o direito à cidadania sudanesa no ano passado, quando o país obteve independência em relação ao Sudão.
O Sudão do Sul é considerado o país mais pobre do mundo. Apesar de ter enormes reservas de petróleo, ficou sem refinarias ou portos quando a divisão foi feita no ano passado. Com os constantes conflitos entre os dois países, o Sudão se nega a permitir que o vizinho realize exportações utilizando suas saídas para o Oceano Índico.
O Sudão do Sul tornou-se um estado independente em 9 de julho de 2011, após referendo negociado por tratado de 1995 que encerrou aquela que é considerada a mais longa guerra civil da história do Continente Africano. Conhecida como a 2ª Guerra Civil Sudanesa (1983-1995), o conflito levou à morte mais de 2 milhões de pessoas e causou 4 milhões de deslocados.
Além das questões relacionadas ao petróleo, os conflitos são acentuados pelas diferenças étnicas e religiosas. Enquanto o Sul é majoritariamente cristão e animista, o Sudão tem maioria muçulmana. O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com o Sudão do Sul logo após a declaração de independência.
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