Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo de Minas Gerais conseguiu economizar mais de R$ 220 milhões em compras públicas desde a implantação de um projeto de desenvolvimento sustentável, em 2007. A informação foi dada no Encontro sobre Compras Públicas Sustentáveis, em Brasília, pela secretária de Planejamento de Minas, Renata Vilhena. Ela apresentou as medidas que estão sendo adotadas pela administração mineira para aquisição de produtos, como material de escritório, e materiais de construção para obras do estado.
“Isso desmistifica a ideia de que comprar com sustentabilidade é comprar caro. Hoje, mais de 70% de todo o papel utilizado pelo governo são reciclados, 46% da nossa frota de 20,6 mil veículos são bicombustível e todos os computadores dos órgãos públicos já vêm equipados com monitores de LCD [tela de cristal líquido], que consomem menos energia”, descreveu, a secretária. Ela garantiu que alguns produtos são comprados a preços inferiores aos de similares convencionais.
A secretária mineira lembrou que os governos são os maiores consumidores no país e, por isso, exercem significativa influência na produção do setor privado. Ela relatou as medidas sustentáveis que foram adotadas na Cidade Administrativa, construída em Belo Horizonte há dois anos para reunir todos os órgãos da administração estadual em um único endereço. Segundo ela, os prédios têm sistema automatizado de iluminação e de elevadores, ar-condicionado alimentado por central de água gelada, substituindo o sistema elétrico, e sistema de esgoto a vácuo, que gasta 1,5 litro de água em cada descarga, enquanto o sistema convencional gasta entre 6 e 7 litros.
“Estamos também usando 14,1 mil canecas de louça para eliminar copos plásticos. Os 47 órgãos [da administração pública de Minas] já aderiram e conseguimos uma redução de 5%. Só no primeiro bimestre deste ano, reduzimos o uso de 145 mil copos descartáveis”, disse Renata Vilhena.
O Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão,que está sendo reformado para a Copa do Mundo de 2014, também foi usado como exemplo de sustentabilidade. O estádio terá painéis de energia solar e sistema de captação da água da chuva. “Também estamos reaproveitando todos os recursos das demolições, ou seja, reutilizamos, na obra, 75 mil metros cúbicos (m³) de concreto e 250 mil m³ de terra da estrutura anterior”, explicou a secretária.
Edição: Vinicius Doria