Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dos R$ 24,5 bilhões liberados para o setor produtivo no primeiro trimestre do ano pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 41% foram para o setor de infraestrutura, que recebeu R$ 9,9 bilhões. Praticamente o mesmo percentual foi liberado no período para as micro, pequenas e médias empresas, que receberam R$ 10,1 bilhões em empréstimos do banco estatal. Os números foram divulgados hoje (19), no Rio de Janeiro.
Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, embora as liberações tenham mostrado pequena queda no trimestre (-1%), em comparação com os três primeiros meses de 2011, as consultas - primeiro estágio dos pedidos de financiamento feitos à instituição - mostraram incremento de 37%, atingindo R$ 55,7 bilhões.
Esse aumento do número de consultas foi puxado pela indústria, com alta de 120%, liderada pelos segmentos de material de transporte e de química e petroquímica, este último em função dos projetos de exploração e produção de petróleo e gás.
O presidente do BNDES acredita que o desempenho do primeiro trimestre sinaliza um aquecimento dos investimentos no país. Disse que a prorrogação da vigência do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) até dezembro de 2013, com taxas de juros reduzidas e participação ampliada do financiamento do BNDES, contribuirá para o crescimento dos empréstimos do banco este ano.
Infraestrutura, logística, energia, petróleo e gás e construção habitacional são, segundo ele, segmentos que contribuirão para a expansão dos investimentos em 2012, que "tende a criar condições estimulantes para o investimento privado”.
A missão do banco de fomento estatal, insistiu, é “recuperar o crescimento da economia, com uma liderança do investimento”. Segundo Coutinho, em um segundo momento, à medida que a renda e o emprego cresçam com mais rapidez, o investimento nas indústrias voltadas ao consumo também deverá ganhar força.
Os desembolsos do BNDES em 2012 deverão oscilar entre R$ 145 bilhões e R$ 150 bilhões, "dependendo da velocidade da recuperação do investimento no país”. A participação das micro, pequenas e médias empresas no acumulado de janeiro a março somou valor recorde de R$ 10,1 bilhões. Esse segmento também respondeu por 41% dos desembolsos totais do banco no trimestre.
De acordo com os dados divulgados do primeiro trimestre, os desembolsos para infraestrutura no trimestre mostraram redução de 1,2%. Para a indústria, foram liberados R$ 6,3 bilhões, recuo de 17,9%. Mas, em março, os desembolsos somaram R$ 9,3 bilhões, uma reação de 20,8% na comparação com março de 2011.
Edição: Vinicius Doria