Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A rebelião no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju, acabou após negociações entre os presos e a Polícia Militar de Sergipe. Cinco detentos foram transferidos para outros presídios do estado.
Cerca de 120 pessoas e três agentes prisionais, que foram feitos reféns, foram libertados. Ainda no início da tarde, os presos entregaram às autoridades duas escopetas e 25 munições calibre 12 e mais duas armas de choque conhecidas como taser.
Pelo menos 470 internos participaram da rebelião, que começou na tarde de ontem (15) e durou 27 horas. Os presos exigiam agilidade nos processos e nas audiências judiciais, mudança do comando do presídio e anulação do contrato com a empresa responsável pela gerência da unidade prisional.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, a questão dos processos judiciais será revista pela Justiça. Além das reivindicações, os presos também fizeram denúncias sobre tortura dentro dos presídios. A secretaria informou que será instaurado um inquérito para apurar as denúncias.
Os internos também queriam uma revista menos rigorosa dos parentes que visitam a unidade prisional, além de TV a cabo e alimentação mais adequada. Mas essas exigências foram descartadas pelo governo do estado.
Neste momento, todos os parentes que ainda eram mantidos como reféns estão em uma ala do presídio passando por uma triagem. De acordo com a secretaria, o procedimento é para evitar que internos se infiltrem entre os parentes e consigam fugir da unidade prisional. Além disso, militares do Batalhão de Polícia de Choque estão fazendo uma vistoria geral no interior do presídio com o objetivo de encontrar armas e outros objetos.
A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe informou ainda que os presos rebelados destruíram grande parte das instalações do presídio. O órgão ainda não tem uma estimativa dos prejuízos. O Compajaf é considerado o presídio mais moderno de Sergipe e conta com amplo sistema de segurança eletrônico. Durante a rebelião, grande parte dos equipamentos foi danificada.
Edição: Aécio Amado