Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma marcha de protesto tomará as ruas do Rio no dia 20 de junho deste ano, quando será aberta oficialmente a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
“Existe uma proposta inicial de a gente ir até o Forte de Copacabana encontrar os empresários”, disse à Agência Brasil o ambientalista Carlos Henrique Painel, membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 e coordenador do Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais (Fboms).
A marcha integra o Dia de Ação Global, que inclui várias atividades a serem empreendidas no mundo inteiro por organizações da sociedade civil que não poderão estar presentes à Cúpula dos Povos - evento paralelo à Rio+20, que ocorrerá no período de 15 a 23 de junho, no Aterro do Flamengo.
“Haverá atividades nos Estados Unidos, na América Latina, na Europa, e a gente espera que na África também. É um Dia de Ação Global”, reforçou Carlos Painel.
Serão convidados para participar da marcha de protesto representantes de movimentos internacionais, como a Primavera Árabe; os Indignados, da Espanha; o Occupy, dos Estados Unidos; o dos estudantes, do Chile. “Todos eles vão estar aqui”.
Painel informou que, a exemplo do que ocorreu na reunião anual da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), em Durban, na África do Sul, em 2011, será promovida uma visita guiada aos participantes da Cúpula dos Povos, denominada toxic tour (passeio tóxico).
“Em vez de levar ao Corcovado, a gente quer levá-los a empreendimentos que não correspondem a uma nova ordem, em uma economia de baixo carbono”, explicou o ambientalista. Ele citou, entre esses empreendimentos, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). As visitas, entretanto, ainda não foram agendadas.
O representante da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20, Marcelo Durão, lembrou que o primeiro dia de mobilização global da sociedade civil, em 20 de junho, será um contraponto à conferência oficial da ONU. “Haverá indignações, vozes”, disse Durão. Ele mostrou-se contrário, entretanto, à divulgação das empresas que serão visitadas no toxic tour, porque isso “cria tensão e expectativa na outra ponta”.
Edição: Graça Adjuto