Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No primeiro dia hoje (12) do cessar-fogo na Síria, as autoridades anunciaram o fim das operações militares. Advertiram, porém, que o Exército sírio pode reagir a eventuais ataques, considerados por eles como terroristas. O governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, classifica a oposição de terrorista. O Conselho Nacional Sírio, que representa a oposição, convocou uma manifestação para hoje.
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse que os sírios têm direito à livre manifestação, referindo-se ao protesto convocado pela oposição para hoje.
Inicialmente, as autoridades sírias informaram que nas primeiras horas do dia não foram constatadas irregularidades. Os veículos do Exército ainda são mantidos nas principais cidades do país. A oposição denunciou a ameaça lançada pelo governo.
“Há um cessar-fogo, mas eles dizem estar prontos para atacar a qualquer momento. O que isso significa?”, reagiu o chefe do Conselho Nacional Sírio, principal grupo de oposição ao regime, Burhan Ghalioun. “O cessar-fogo não tem valor algum se não garantir ao povo o direito de se manifestar e o plano de Annan também não terá valor se não promover a transição para um governo democrático pluralista”.
A Síria está em clima de tensão desde março de 2011, quando manifestantes passaram a criticar e exigir a saída de Assad do poder – ele está no governo há 12 anos. Os manifestantes alegam a necessidade de mais liberdade política e de expressão e o fim das violações de direitos humanos. Pelos dados de organizações não governamentais, cerca de 9 mil pessoas morreram em um ano durante protestos na região.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa, e da emissora pública de rádio da França, RFI.//Edição: Graça Adjuto