Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No dia de hoje (10), data prevista para o cessar-fogo na Síria fixado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Liga Árabe, a oposição informou que os bombardeios persistem em várias regiões do país e que não há sinais do fim da violência. Porém, o ministro das Relações Exteriores da Rússia (que é aliada da Síria), Serguei Lavrov, disse que o presidente sírio, Bashar Al Assad, iniciou as negociações para a adoção de um plano de paz na região.
Em Moscou, na Rússia, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Waldi Muallem, disse que as tropas começaram a deixar algumas províncias. Mas a organização não governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que as forças do regime bombardearam diversas cidades – como Maleh, Homs, Hama e Duma – e pelo menos seis soldados já foram mortos hoje.
De acordo com a organização, os ataques começaram na noite de ontem (9). De acordo com a entidade, não houve retirada de tropas das ruas. No último dia 2, Assad aceitou o plano de paz sugerido pela ONU e a Liga Árabe. A data fixada para a implantação do acordo era hoje. Autoridades da China, que também é aliada da Síria, pediram hoje que todos cumpram imediatamente o plano de paz.
O emissário da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, visita hoje um campo de refugiados sírios na fronteira com a Turquia. A visita ocorre um dia depois de tiros vindos da Síria ferirem um tradutor e um policial turcos e quatro sírios. O episódio aumentou a tensão entre os dois países. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a agressão consistiu em “uma clara violação” da fronteira e prometeu “tomar as medidas necessárias”.
Foi a primeira vez que tiros vindos da Síria atingiram alvos no campo de refugiados na Turquia. De acordo com autoridades turcas, há cerca de 25 mil refugiados sírios no país. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, conversou sobre o incidente com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França).
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI, e da BBC Brasil
Edição: Talita Cavalcante