Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dois dias do prazo final dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o governo sírio executar o plano de paz na região, o presidente da Síria, Bashar Al Assad, anunciou ontem (8) que não irá retirar as tropas das cidades. Ele exige da oposição “garantias por escrito”. A cobrança foi feita em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
“Dizer que a Síria vai retirar suas forças das cidades no dia 10 de abril é incorreto. [O emissário especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria], Kofi Annan ainda não apresentou garantias por escrito da aceitação dos grupos terroristas armados sobre o fim de toda forma de violência e de sua intenção de entregar as armas”, informou o Ministério das Relações Exteriores da Síria.
No texto, o governo informou ainda que Annan não apresentou por escrito o compromisso dos governos do Catar, da Arábia Saudita e da Turquia sobre o fim do financiamento de grupos da oposição. Para Assad, esses grupos são terroristas.
Annan cobrou de Assad o cumprimento do cessar-fogo e disse estar “chocado pelo aumento da violência e as atrocidades em várias cidades e vilarejos na Síria” nos últimos dias. A onda de violência, que dura mais de um ano, matou cerca de 9 mil pessoas, segundo organizações não governamentais.
Desde março de 2011, os protestos na Síria começaram em decorrência da insatisfação de vários segmentos da sociedade com o governo Assad. Os manifestantes reivindicam a saída do presidente e mais liberdade de expressão, além do fim das violações de direitos humanos na região. Há denúncias de prisões, torturas e assassinatos.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI//Edição: Graça Adjuto