Pinheiro nega influência do Planalto em requerimento para instalação de CPMI

11/04/2012 - 21h07

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), negou hoje (11) que haja qualquer interferência do Palácio do Planalto sobre os termos que constarão no requerimento para a instalação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) a fim de investigar o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Pinheiro também negou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja orientando a bancada petista em relação ao assunto. “A CPMI é patrocinada por deputados e senadores e é isso que estamos fazendo. Não estamos discutindo com o Planalto. A CPMI está sendo discutida por senadores e deputados. Não está sendo discutida nem por presidente nem por ex-presidente", declarou o líder petista.

Segundo ele, o texto que definirá os limites de investigação da CPMI ainda não está pronto e depende da aprovação da Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que a comissão irá investigar agentes públicos e privados que se relacionaram com o empresário goiano preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Para Pinheiro, é importante aguardar a definição do texto para saber qual será o foco da CPI. “Não pode ter uma CPI ampla, ela tem que ter foco e fato determinado. Vamos esperar o texto ajustado entre deputados e senadores para saber qual vai ser o foco”, disse.

Mais cedo, o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), declarou que o governo está querendo criar uma “CPI seletiva” para atingir apenas a inimigos políticos. Para Dias, os governistas estão demorando para definir o texto da CPI porque não têm interesse em uma investigação ampla, com base em toda a apuração da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. “Aqueles que tiveram um apetite repentino por CPI perderam a fome, perderam a pressa. Porque até agora não há requerimento para a coleta de assinaturas”, disse Dias.

A Operação Monte Carlo investigou a máfia dos jogos ilegais comandada por Carlinhos Cachoeira e fez várias gravações do empresário e de outros membros da organização criminosa com agentes públicos. Entre as gravações vazadas pela imprensa estão a de conversas do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), deputados federais e funcionários públicos do alto escalão dos governos de Goiás e do Distrito Federal. Nelas é possível apurar crimes de tráfico de influência e corrupção, entre outros.

 

Edição: Aécio Amado