Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) pretende apresentar ao governo federal proposta para incluir o setor no Plano Brasil Maior, cuja ampliação foi anunciada em solenidade no último dia 3. A iniciativa integra as políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo Dilma Rousseff.
De acordo com o presidente do ANTF, Rodrigo Vilaça, será uma forma de ampliar a produtividade do sistema ferroviário do país, cujo crescimento foi apresentado hoje (9) pela entidade. “Os números positivos podem ficar ainda melhores. Vamos fazer essa provocação ao governo”, afirmou.
O dirigente explica que a meta setorial é duplicar a capacidade do sistema ferroviário até o final da década, para alcançar 6 mil locomotivas e 200 mil vagões em 2020. “Mas isso só acontecerá caso se confirme a expansão da malha”, acrescentou. Sem os benefícios, o crescimento do sistema ferroviário será somente de 3 mil para 5 mil locomotivas, e de 101 mil para 140 mil vagões.
A proposta que a ANTF apresentará a Mantega inclui a desoneração dos usuários, a fim de estimulá-los a usar dos serviços ferroviários; redução de impostos estaduais; e ainda linhas de financiamento com prazos de 20 a 25 anos, com taxas “significativamente reduzidas”, de acordo com Rodrigo Vilaça.
“Os impostos federais já estão praticamente isentos [para o setor], exceto no que se refere à compra de matéria prima. A ideia é estimular a redução dos impostos estaduais e abrir linhas de financiamento com prazos de 20 a 25 anos, a taxas significativamente reduzidas. Isso trará pelo menos mais 30 mil pessoas para trabalhar no sistema”, argumentou o presidente da ANTF.
O estudo da ANTF aponta que os investimentos nas malhas concedidas à iniciativa privada já somam praticamente R$ 30 bilhões entre 1997 e 2011. Destes, apenas R$ 1,39 bilhões foram aplicados pela União. “Ou seja, as concessionárias investiram R$ 28,58 bilhões”, detalhou Rodrigo Vilaça.
De acordo com a ANTF, em 2011 o total de investimentos feitos pelas concessionárias atingiu R$ 4,6 bilhões, configurando crescimento de 56,3% na comparação com 2010. Esses recursos foram aplicados em ações visando à recuperação da malha, adoção de novas tecnologias, capacitação profissional, aumento da segurança, aquisição e reforma de locomotivas e vagões.
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Edição: Davi Oliveira