Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A criação de um Conselho Nacional de Comunicação com caráter deliberativo, participação democrática e indicação de membros pela sociedade civil está entre as propostas contidas no manifesto por uma regulação democrática para a comunicação pública no país. O documento, que consolida as propostas discutidas durante o Seminário Internacional Regulação da Comunicação Pública, encerrado hoje (23), servirá de base para parlamentares apresentarem projetos sobre o tema. Os participantes também querem a implantação de um fundo público para financiar o campo público da comunicação.
De acordo com o representante do Sindicato dos Radialistas, Francisco Pereira, esse é o primeiro seminário, depois da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que faz uma releitura do tema. “Hoje, estamos meio desapadrinhados nessa questão. Esse documento é uma carta de compromissos, para cairmos em campo para fortalecimento da comunicação pública no país”.
Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), o seminário possibilitou a criação de iniciativas concretas na área. A parlamentar, que também é presidente da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular, destacou ainda a proposta de criação do 1º Fórum Nacional do Campo Público de Comunicação.
“A criação desse fórum é uma iniciativa importante. Vamos definir mais claramente que projetos de regulação a gente quer, em diálogos com a sociedade, a gente imagina que deva ser até para apresentar ao governo”, disse a deputada.
Segundo ela, o governo ainda não mandou o Marco Regulatório das Comunicações, projeto de lei que regulamenta os artigos da Constituição Federal (nº 220 ao nº 224) que tratam da comunicação social e a complementaridade entre os sistemas privado, estatal e público de radiodifusão.“Se a sociedade vem e, por meio de uma frente parlamentar e diz ‘estamos propondo isso’, vamos dizer isso em voz alta para ver se o Congresso acorda e o Executivo se sensibiliza, porque está atrasado”.
Durante o evento, os participantes aprovaram moção de apoio ao Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na definição da política de veiculação de conteúdo religioso nas emissoras públicas federais. Na semana passada, o conselho promoveu audiência pública sobre a transmissão de programas religiosos na rede de televisão e rádio da empresa.
Edição: Aécio Amado