Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Dos cinco funcionários da empresa Bella Vista Refeições Industriais agendados para prestar depoimento hoje (21) à Polícia Federal do Rio apenas três compareceram para serem ouvidos em um dos quatro inquéritos abertos para apurar a tentativa de pagamento de propina, em contratos de prestação de serviços no Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.
O presidente da Bella Vista Refeições Industriais, Adolfo Maia, prestou depoimento ao delegado Antônio Carlos Beaubrun Júnior, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos (Delefin), encarregado dos inquéritos. O teor do depoimento de mais de duas horas não foi divulgado pela PF.
À tarde, a Bella Vista distribuiu nota, na qual diz que o dono da empresa “reafirma estar sendo injustiçado com a ameaça de suspensão de contratos, pois a empresa nunca participou de atos ilícitos com pagamento de propinas”. A nota também informa que “o representante comercial Jorge Figueiredo [que aparece na reportagem do Fantástico] não estava autorizado a atuar na área pública”.
Maia assumiu o compromisso de colaborar com as investigações, “na condição de testemunha, atendendo às solicitações das autoridades policiais, entre elas, o envio de cópias de todos os contratos firmados com órgãos públicos em um prazo de cinco dias”.
A Polícia Federal informou, por meio de nota, que, a partir das informações obtidas nos depoimentos de hoje, mais três pessoas serão intimadas a prestar esclarecimentos nos próximos dias, aumentando para 20 o número de depoentes incluídos no inquérito. Também serão intimadas novamente as duas pessoas que faltaram ao depoimento desta quarta-feira.
Para amanhã (22), estão agendados os depoimentos de sete pessoas relacionadas às empresas Locanty Soluções (da área de coleta de lixo) e da Rufollo Serviços Técnicos e Construções.
O diretor do Instituto de Pediatria do Hospital do Fundão, da UFRJ, Edmilson Migowkski e o vice-diretor Bruno Leite Moreira também foram chamados a depor para explicar as circunstâncias em que disponibilizaram uma sala para que a reportagem do programa Fantástico negociasse contratos de prestação de serviço na unidade de saúde.
Migowski disse que o fato de ter facilitado essa investigação “vai fazer com que muita coisa ainda venha à tona”. Segundo ele, a medida foi tomada porque “a gente estava se sentindo lesado com o prejuízo de R$ 120 mil nos contratos de licitação”, disse.
Edição: Aécio Amado