Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal deve anunciar ainda este mês o novo regime automotivo que vai vigorar nos próximos anos. O assunto foi discutido hoje (21) por representantes das centrais sindicais em reunião com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Desde 1995, o regime automotivo é o principal instrumento de política industrial para o setor e define o programa de investimentos e de estímulo às exportações, além de fixar um regime especial de importação.
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, já havia informado que o anúncio seria feito ainda em março. Na ocasião, Pimentel disse que as medidas estão em fase de discussão, mas adiantou que a política industrial deve exigir mais investimento das montadoras em pesquisa e aumentar a exigência de conteúdo nacional.
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, Mantega prometeu ouvir os sindicalistas antes do anúncio. Uma nova reunião está marcada para a próxima semana. Silva defende o aumento do percentual de conteúdo nacional na cadeia automotiva que, hoje, está em 65%.
“Espero que não seja anunciada uma medida antes de ouvir as propostas dos trabalhadores. Queremos debater conteúdo nacional. Não dá para a engenharia, os projetos, aquilo que agrega valor e que paga salário, estejam indo, como está acontecendo hoje no Brasil, para as matrizes. Queremos discutir projetos, engenharia", disse.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também defendeu a ampliação do índice de nacionalização das peças dos carros produzidos no país dos atuais 8% para 21%. “O governo topou negociar essas duas questões. A proposta nossa é chegar a 21%. Seria aumentar o conteúdo local para cerca de 80% e elevar o de peças para 21%", comentou.
Edição: Vinicius Doria