Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O corpo do geógrafo Aziz Ab'Saber foi enterrado no início da tarde de hoje (17) no Cemitério da Paz, no Morumbi, na zona sul da cidade de São Paulo, depois de ter sido velado no Salão Nobre da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). O acadêmico morreu ontem (16), em casa, aos 87 anos em consequência de um infarto.
Na hora da despedida, ele foi homenageado por amigos e parentes com uma salva de palmas, em um gesto de demonstração de carinho e de agradecimento a quem se transformou em uma referência em estudos sobre a natureza e os impactos ambientais. Aziz era integrante da Academia Brasileira de Ciências, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e do Instituto de Estudos Avançados (IEA).
No final do enterro, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) discursou em homenagem ao geógrafo. Segundo ele, a prefeitura de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, cidade onde Aziz nasceu, construirá um museu para mostrar às novas gerações os trabalhos deixados pelo especialista. Na véspera de sua morte, Aziz entregou à diretoria da SBPC um conjunto de DVDs com todo o trabalho desenvolvido por ele no período de 1946 a 2010.
Entre os parentes e amigos, estavam professores da USP e ex-alunos. Como traço marcante no estudioso, muitos apontaram a inquietude diante da busca de soluções para o bem coletivo, sobretudo quando o assunto dizia respeito aos riscos ambientais. “Pena que nem sempre ele foi ouvido”, lamentou o acadêmico Paulo Garreta Harkot, que recordou um dos pensamentos de Aziz: “As paisagens que existem no mundo são consequências de processo de bilhões de anos que tomamos emprestado e devemos devolver às futuras gerações”.
Edição: Juliana Andrade