Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco do Central (BC) levou em consideração, ao reduzir a taxa básica de juros (Selic) na semana passada, que a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado “foi maior do que se antecipava”. A ata da reunião que reduziu a taxa de 10,5% para 9,75% ao ano foi divulgada hoje (15) e destaca ainda que os eventos recentes indicam a postergação de uma solução definitiva para a crise econômica europeia.
“Persistem riscos associados ao processo de desalavancagem – de bancos, de famílias e de governos– ora em curso nos principais blocos econômicos. Esses e outros elementos, portanto, compõem um ambiente econômico em que prevalece um nível de incerteza muito acima do usual”, registra a ata.
Mesmo assim, o comitê prevê que a inflação tem acumulado sinais favoráveis, desde a reunião anterior, realizada em janeiro. Uma das projeções feitas pelo Copom é que a taxa de inflação se posicionará em torno da meta em 2012, que é 4,5%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“O Copom reafirma sua visão de que a inflação acumulada em 12 meses, que começou a recuar no último trimestre, tende a seguir em declínio e, assim, a se deslocar na direção da trajetória de metas”, destacaram os técnicos.
Para o Copom existe ainda uma estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho, que mesmo moderada, em tais circunstâncias traz riscos e “reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação”.
Por outro lado, diz a ata, observa-se que o nível de utilização da capacidade instalada tem se estabilizado e se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para conter pressões de preços. Além disso, o comitê avalia que, de modo geral, os preços das commodities (produtos básicos) nos mercados internacionais “têm apresentado comportamento benigno”.
Edição: Juliana Andrade