Enviado da ONU diz que intervenção militar na Síria pode agravar a situação

08/03/2012 - 10h22

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, disse hoje (8) que uma intervenção militar em território sírio agravará a situação de violência no país em vez de solucionar o problema. No sábado (10), Annan estará em Damasco, na capital síria, na tentativa de negociar uma solução pacífica para encerrar o impasse na região, que dura exatamente um ano e matou mais de 8 mil pessoas.

No Cairo, capital egípcia, para uma série de reuniões, Annan acrescentou que os conflitos na Síria só podem ser resolvidos por meio de “uma solução política”. Segundo ele, é necessário evitar uma solução militar “a todo o custo”. Para o Brasil, o ideal é buscar uma solução pacífica e negociada com apoio dos líderes árabes.

Annan se reuniu hoje com o chanceler do Egito, Amr Kamel Mohammed. Ao final do encontro, Annan disse que esforçará para retornar da Síria com a solução para o conflito. "Vamos instar o governo da Síria e a oposição para que trabalhem conosco na busca de uma solução que respeite as aspirações do povo sírio", disse.

Neste mês completou um ano que a Síria vive sob clima de violência e repressão. Protestos generalizados se transformaram em confrontos entre manifestantes e agentes de segurança do governo.

A organização não governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que a violência causou 8.458 mortos e a situação humanitária é cada vez mais preocupante. Porém, o presidente sírio, Bashar Al Assad, nega as acusações de repressão. Segundo ele, o governo reage a atos terroristas.

A ONU aprovou várias resoluções recomendando a Assad a busca por um acordo pacífico e a negociação com a oposição. Porém, as sugestões da comunidade internacional não foram seguidas por Assad. No caso, a resolução tem peso apenas de recomendação. Sanções também foram aprovadas para pressionar o governo a negociar.

 


*Com informações da agência pública de notícias do México, Notimex    //    Edição: Lílian Beraldo