Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A estátua do Cristo Redentor, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro, vai receber no fim da tarde de hoje (8) uma iluminação especial, nas cores vermelha, azul e amarela, para marcar o Dia Mundial do Rim. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), responsável pela iniciativa, que integra a campanha “Rins em Defesa da Vida”, espera alertar a população sobre a gravidade da doença renal crônica. Dados da SBN apontam que aproximadamente 10 milhões de brasileiros têm algum tipo de disfunção renal.
Ainda como parte da campanha, monumentos turísticos em outras cidades, como a Ponte Estaiada e o Palácio Anchieta, em São Paulo, e o Museu de Arte Sacra, em Cuiabá, também serão iluminados com as mesmas cores, definidas pela Sociedade Internacional de Nefrologia. No Rio de Janeiro será promovida uma caminhada no próximo domingo (11) pela orla do Leblon, na zona sul, quando médicos e voluntários vão distribuir material informativo e orientar a população sobre a importância do diagnóstico precoce.
O presidente da SBN, Daniel Rinaldi, destacou que a maior parte das pessoas que têm algum grau de disfunção renal desconhece sua condição, principalmente porque os sintomas demoram a aparecer.
“A maioria das pessoas desconhece que têm disfunção renal porque se trata de uma doença silenciosa nos estágios iniciais e só se manifesta quando você já perdeu mais de 70% dos rins. Além disso, os sintomas não são muito específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce e reforça a necessidade de exames periódicos”, afirmou.
Entre os possíveis sintomas, segundo Rinaldi, estão mal estar, fraqueza, inchaço nas pernas e elevação da pressão arterial. Ele acrescentou que pessoas hipertensas, diabéticas, com histórico familiar de doença renal ou que já tiveram cálculo renal ou infecção urinária têm maiores chances de desenvolver a enfermidade.
O presidente da SBN ressaltou, ainda, que a doença renal crônica pode ser facilmente diagnosticada por meio de um exame de urina e da dosagem de creatinina no sangue.
Ele explicou, ainda, que os rins são responsáveis por filtrar o sangue das impurezas do organismo. Diariamente, eles filtram, em média, 200 litros de sangue para eliminar dois litros de impurezas e o excesso de água do organismo.
O estudante Rafael Caldeiras, 17 anos, faz hemodiálise três vezes por semana. Ele aguarda, há cinco meses, por um transplante do órgão. A mãe do rapaz, Erondina Chaves, que o acompanha nas sessões, diz que a possibilidade reforça a esperança de uma vida melhor não apenas para ele, mas para toda a família.
“Estamos esperando uma ligação, que pode acontecer a qualquer momento. Vai ser uma nova vida para ele e para gente, porque a hemodiálise é muito dolorida”, contou.
De acordo com o Ministério da Saúde, 79,5 mil pacientes são mantidos em serviços de diálise na rede pública de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atenção integral a pacientes com problemas renais, incluindo a oferta de medicamentos e de exames complementares.
Edição: Lílian Beraldo