Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) convocou uma reunião extraordinária no próximo dia 28, em Genebra, na Suíça, para discutir o agravamento da situação na Síria. A iniciativa partiu do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (que reúne oito nações). A ideia é aprovar uma mensagem urgente destinada ao presidente sírio, Bashar Al Assad, recomendando o encerramento da onda de violência na região.

A iniciativa ocorre um dia depois de o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan ser  nomeado enviado especial do organismo e da Liga Árabe à Síria. Annan defendeu o fim da violência e a busca pelo consenso por meios pacíficos.

Ontem (23), uma comissão independente de inquérito sobre a Síria apresentou à ONU um relatório sobre a situação. Nele, aponta a existência de violações "generalizadas e sistemáticas" aos direitos humanos e evidências de que militares e "autoridades” ligadas ao governo têm responsabilidade por crimes contra a humanidade.

A comissão foi chefiada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. Segundo ele, uma lista confidencial com nomes de suspeitos de terem cometido tais violações foi entregue à alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.

O relatório mostra que os abusos ocorrem dos dois lados do conflito. A comissão de inquérito, formada em setembro do ano passado, não teve autorização do regime sírio para atuar no país.

Na semana passada, Navi Pillay disse que a organização deixou de contar o número de vítimas no conflito devido à escalada de violência. A estimativa é que mais de 7 mil pessoas morreram em 11 meses de confrontos.

*Com informações da agência pública de notícias do México, Notimex//Edição: Graça Adjuto