Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
rasília – A União Europeia está preparada para enfrentar uma ruptura do abastecimento de petróleo. A análise é da diplomata europeia Catherine Ashton. A reação ocorre em meio à decisão do Irã de interromper as vendas de petróleo para a França e o Reino Unido e a ameaçar de fazer o mesmo para o restante dos europeus.
Ashton disse, porém, que a União Europeia pode garantir a segurança imediata dos estoques em caso de uma eventual ruptura. O presidente da Companhia Nacional de Petróleo do Irã, Ahmad Ghalebani, acrescentou que as ameaças podem ser concretizadas se a Europa mantiver "ações hostis" contra o regime do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Ghalebani disse que países como a Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, Portugal e a Holanda são alvos das represálias iranianas contra o embargo votado em janeiro pelos europeus. A partir de julho, a importação de petróleo iraniano está proibida na Europa, uma medida que visa a reforçar as sanções contra o programa nuclear do país.
O anúncio feito pelo governo iraniano é simbólico, já que os governos francês e britânico praticamente interromperam toda a importação de petróleo iraniano. Mas para a Itália, a Espanha e a Grécia, as consequências podem ser ser mais graves, pois os três países dependem dessas exportações.
A Grécia importa 30% do petróleo iraniano, e a Espanha, 13%, segundo a Agência Internacional de Energia. A Europa aprovou a proposta de intensificar as sanções ao Irã por desconfiar que o programa nuclear desenvolvido no país esconda a produção de armas atômicas. As autoridades iranianas negam as suspeitas.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI//Edição: Graça Adjuto