Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entidades que representam os policiais militares e bombeiros do Distrito Federal realizam hoje (15) à noite, em Taguatinga (DF), assembleia conjunta para definir as reivindicações da categoria ao governo do Distrito Federal (GDF). A expectativa é reunir ao menos 10 mil pessoas, entre praças e oficiais.
Os militares cobram aumento salarial e o imediato cumprimento de propostas que, segundo as entidades, foram promessas realizadas pelo governador Agnelo Queiroz (PT) durante campanha eleitoral.
Na semana passada, líderes do movimento informaram à Agência Brasil que não estava descartada a possibilidade de uma paralisação às vésperas do carnaval caso o GDF não dê sinais de estar disposto a atender às reivindicações.
Já os oficiais evitaram falar em paralisação e procuraram desvincular a mobilização local com a de outros estados, como a Bahia e o Rio de Janeiro. Durante a reunião do último sábado (11), quando decidiram participar da assembleia desta noite, o presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal, Sérgio Aboud, garantiu que, por enquanto, os oficiais não pensam em greve. O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, Sérgio Souza, limitou-se a destacar a insatisfação da categoria com a falta de abertura do governo para discutir propostas.
Enquanto os oficiais evitam falar em percentuais de reajustes e focam o discurso na equiparação salarial com a Polícia Civil do DF que, segundo eles, é melhor remunerada, os praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes, ou seja, policiais não graduados) cobram um aumento de 52%. O índice foi fixado tomando por base o aumento de 58,06% do Fundo Constitucional entre os anos de 2008 e 2012.
Criado em 2002, o fundo é uma modalidade de transferência de recursos da União para o governo do Distrito Federal custear, integralmente, os gastos com segurança pública e, parcialmente, as despesas com saúde e educação.
Os praças também discutem o retorno do pagamento do adicional de inatividade, no valor de R$ 900; a criação do vale-transporte e o reajuste no auxílio-alimentação para R$ 900, entre outros itens que estarão na pauta da reunião de hoje à noite.
Segundo o vice-presidente da Associação Praças Policiais Militares do DF (Aspra), o segundo-sargento Manoel Sansão Alves Barbosa, a expectativa do movimento é levar entre 10 mil e 15 mil militares e parentes à Praça do Relógio, em Taguatinga. “Não temos a intenção de colocar em votação, hoje, uma paralisação, mas se o governo não clarear [negociar], isso vai ser construído. Os militares estão insatisfeitos e não aguentam mais”, disse o sargento, alegando que, após 32 anos de corporação, recebe, na inativa, um salário-base de R$ 1.037 que, com as gratificações, chegou, este mês, a R$ 3.139. “Dizer que ganhamos muito não leva em conta o custo de vida da capital federal e as particularidades do nosso trabalho, responsáveis por zelar pela segurança de autoridades do mundo inteiro que vem à cidade.”
Edição: Lílian Beraldo