Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A maioria das empresas da região de Osasco com mais de 100 funcionários cumprem o Artigo 93 da Lei 8.213/91, a chamada Lei de Cotas. Pelo dispositivo legal, espresas desse porte são obrigadas a preencher de 2% a 5% das vagas com pessoas com deficiência ou reabilitadas. Segundo pesquisa divulgada hoje (15) pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que abrange 12 cidades, no ano passado, 77,43% das empresas preencheram as vagas previstas na lei.
De acordo com a pesquisa, 43,96% dos contratados na Lei das Cotas tinham algum tipo de deficiência física e 32,16%, auditiva, seguidos por deficientes visuais (6,41%); intelectuais (3,77%), pessoas com deficiências múltiplas (0,38%) e reabilitados (13,32%).
O vice-presidente do sindicato, Carlos Clemente, disse a sociedade está se dando conta dos benefícios que a inclusão no mercado de trabalho das pessoas com deficiência traz para a economia. “Se essa pessoa está trabalhando, economicamente pode ser consumidor de produtos e serviços. É estratégico para qualquer comunidade ter uma pessoa com deficiência que consiga trabalha e obter recursos com seu próprio salário”.
A gerente de Recursos Humanos da empresa Corneta, Lucelene Dias, explicou que a metalúrgica tem 22 funcionários com algum tipo de deficiência e que política de inclusão começou nos anos 1980, com o então presidente Fritz Berg. Ele se baseou na cultura de contratação de mutilados de guerra que deu certo na Alemanha após a 2ª Guerra Mundial. E o retorno tem sido bom. “Eles são muito dedicados, atenciosos e superam os limites”, disse a gerente.
Na função de auxiliar de inspeção na fábrica, Edson Aparecido do Nascimento, 36 anos, que tem uma deficiência intelectual, está empregado na metalúrgica desde 2004. “[O emprego] mudou muita coisa na minha vida. Meus pais são aposentados e eu posso ajudar em casa. Me sinto muito capacitado. A empresa reconhece a minha capacidade e o que sei fazer”.
Na mesma função e com o mesmo tipo de deficiência, Eder Luiz Soares Maurício, 33 anos, na empresa há sete anos, também disse que o trabalho mudou a vida dele. “Eu ajudo em casa, como meu irmão. Moramos com nossa mãe, que é aposentada. Posso ter minhas coisas e me sinto bem em poder trabalhar, ter meu dinheiro e comprar o que quero”.
Edição: Vinicius Doria