Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão de Infraestrutura do Senado sabatinou hoje (15) o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, e aprovou, com 16 votos a favor e 1 abstenção, a recondução dele ao cargo. A decisão vai a plenário ainda hoje, mas a votação final dependerá do número de parlamentares presentes à sessão desta quarta-feira.
Na sabatina, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) acusou Figueiredo de cometer “crime contra a economia nacional” depois que assumiu o comando da ANTT, em 2008. O senador alegou falta de ética do dirigente por ter participado da privatização de ferrovias como representante de uma empresa privada que atua no setor e, depois, assumido o cargo na agência reguladora.
Figueiredo explicou que trabalhou por dez anos na iniciativa privada, mas, depois de assumir o cargo na ANTT, nunca beneficiou a empresa para a qual prestava serviços .
Ele também fez uma avaliação do próprio trabalho à frente do órgão regulador. “O que a ANTT fez na minha gestão foi criar as condições para sair do quadro trágico em que vivíamos. Estou aqui porque comecei uma missão que é da maior importância, que vai criar um quadro novo no setor de transportes do país”.
Figueiredo disse ainda que, na nova gestão, pretende fazer com que a ANTT seja cada vez mais independente e menos sujeita às mudanças de comando, com mais funcionários do quadro ocupando postos-chave. “Cada vez mais, teremos servidores públicos na condução da ANTT”, prometeu.
O estado da malha rodoviária do país foi muito criticado pelos senadores que participaram da sabatina. O senador Blairo Maggi (PR-MT) sugeriu que a ANTT crie um grupo de trabalho com participação do governo federal para identificar trechos de estradas com grande circulação de veículos que podem ser privatizados por meio de concessões.
Figueiredo criticou a ausência histórica do estado em setores importantes, como o de ferrovias, e antecipou algumas medidas que vão ser tomadas pela ANTT ainda este ano. Ele disse que os novos tetos tarifários das ferrovias de carga devem entrar em vigor em março. A agência também está desenvolvendo um sistema, que deve entrar em funcionamento até o final do ano, pelo qual os usuários poderão pesquisar, em tempo real, a situação de rodovias federais sob concessão.
Edição: Vinicius Doria