Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Nível de Atividade da Indústria (INA) paulista caiu 11,2% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado hoje (30), na capital paulista. Na comparação entre dezembro de 2011 com dezembro do ano anterior, houve crescimento de 0,6%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,5%.
Na análise por setores, o pior desempenho foi o dos produtos têxteis, que tiveram queda de 28,9% em dezembro ante novembro. Na comparação com dezembro de 2010, queda de 3,6%. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, o resultado mostra o desempenho ruim das tecelagens durante todo o ano. “O setor sofreu uma agressão constante dos importados, por isso registrou essa trajetória de queda”.
Em seguida vem o segmento de minerais não metálicos, com retração de 5,1% na comparação com novembro. Entretanto, registrou elevação de 5,5% na comparação com dezembro de 2010 e de 4,9% no acumulado de 2011 comparado ao resultado do ano anterior. O setor de móveis e indústrias diversas apresentou queda de 13,5% na comparação com novembro e 1,5% na comparação com dezembro de 2010 e alta de 5,3% no acumulado anual. “Nesse caso, a demanda ainda é cumprida pela indústria doméstica, que fica menos afetada pela concorrência do mercado externo”, disse Francini.
O diretor avaliou que, apesar de o cenário econômico ser favorável, vários fatores contribuem para a queda da atividade industrial em alguns segmentos. “A indústria vem sendo agredida há tempos por coisas tais como a taxa de câmbio, política tributária, vantagens para importação e uma série de circunstâncias agressivas que fazem com que a produção doméstica da indústria seja muito ruim”.
O diretor do Depecon ressaltou que a indústria não gerou empregos no ano passado e que a previsão é de fechamento de vagas no primeiro trimestre deste ano. E reafirmou que a expectativa de crescimento do setor industrial para este ano é modesta, em torno de 2%. “Temos um desempenho pobre da economia em 2012, temos os países querendo reagir a isso da melhor maneira possível, o cenário externo é agressivo. Nós projetamos crescimento abaixo dos 3%”.
Edição: Vinicius Doria