Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde enviou uma equipe de 15 profissionais para reforçar as ações de atenção e investigação epidemiológica nas aldeias indígenas da região de Santa Rosa do Purus, no sudeste do Acre. Eles farão busca ativa de casos de doença diarreica aguda (DDA), que desde dezembro afetou 186 crianças, sendo 70 só neste início de ano. Doze índios, a maioria com menos de um ano de idade, morreram no período, sendo que dez tiveram a doença confirmada como causa da morte.
O grupo chegou sexta-feira (20) em Rio Branco e é composto por médicos, epidemiologistas, um engenheiro, enfermeiros nutricionistas, um farmacêutico, um bioquímico e técnicos de saneamento. Eles percorrerão as 46 aldeias da região. Desde 15 de dezembro, equipes permanentes da Secretaria Especial de Saúde Indígena e da Secretaria Estadual de Saúde fazem atendimento focado na infecção das crianças.
Os sintomas predominantes da DDA são febre alta, vômito e diarreia. Vinte aldeias já registraram casos da doença. Segundo o Ministério da Saúde, os pacientes recebem atendimento e tratamento sintomático, com reidratação oral, e os casos mais graves são removidos para atendimento hospitalar. No momento, cinco crianças estão internadas no Hospital da Criança (AC).
Os profissionais levaram equipamento portátil para análise bacteriológica de água, sais de reidratação oral, 500 frascos de hipoclorito (para desinfecção da água), material para coleta de amostras para exame laboratorial e kit de teste rápido de rotavírus. A princípio, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Purus fará 15 fretes aéreos para levar as equipes de saúde até o município de Santa Rosa do Purus. Também estão disponíveis dois barcos voadeira para transporte rápido até as aldeias.
O DSEI alugou um barco com capacidade para 15 toneladas para dar o suporte logístico, com cozinha, dormitório, gerador de energia e transporte de materiais. O Ministério da Saúde informou que o distrito sanitário com pólo em Santa Rosa do Purus conta com uma equipe disciplinar formada por um médico, três enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem, 13 agentes indígenas de saneamento ambiental e 25 agentes indígenas de saúde. Eles atendem a 3.000 indígenas divididos entre as 46 aldeias.
Edição: Fernando Fraga