Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa de fecundidade no Distrito Federal é menor do que no restante do país, além de apresentar trajetória de queda. O Brasil já apresenta uma taxa de fecundidade (1,90) abaixo da de reposição (2,10), o que significa que a população começará a decrescer em 30 anos. No caso do Distrito Federal (1,81) e do Centro-Oeste (1,84), essas taxas estão ainda mais baixas do que o patamar nacional.
Essa é uma das constatações do levantamento feito no Distrito Federal pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), inaugurando uma série sobre a Situação Social nos Estados, cujos resultados foram divulgados hoje (19) em Brasília. Os temas foram selecionados por área de interesse das políticas sociais: demografia, Previdência Social, pobreza e desigualdade, saúde, seguridade, trabalho e renda, educação, saneamento e habitação, cultura e desenvolvimento agrário.
A principal fonte de informação usada no estudo pelos pesquisadores do Ipea foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o período de análise foi 2001-2009.
O Distrito Federal, escolhido para abrir a série, tem hoje aproximadamente 2,6 milhões de habitantes, o que representa 1,3% da população brasileira e 18,4% da que vive no Centro-Oeste. De acordo com o Ipea, 5,7% da população brasiliense vivem em área rural. Esse percentual é menor do que o da Região Centro-Oeste (11,9%), sendo também inferior à média nacional (15,6%).
O objetivo da série é mostrar as mudanças sociais que são fruto do desempenho econômico do Brasil e também das escolhas políticas feitas entre o final da década de 1980 e os anos 1990, como consequência da promulgação da Constituição de 1988 e do lançamento do Plano Real, em 1994.
A primeira década dos anos 2000 já reflete os impactos, de acordo com o estudo. Em relação aos idosos, os indicadores de Previdência Social fornecem uma sinalização de como a população idosa do Distrito Federal vive de maneira mais saudável, quando comparada aos demais cidadãos brasileiros e aos do Centro-Oeste, segundo os pesquisadores do Ipea.
“A tomar pela esperança de vida aos 60 anos – trata-se de estimativa de quantos anos mais uma pessoa de 60 anos de idade ainda vai viver –, tem-se que um brasiliense, em 2001, tinha a expectativa de viver mais 21,9 anos, quando completasse 60 anos de idade. Essa expectativa passou a ser de 22,6 anos, em 2008. Para um brasileiro, essa projeção ficava em 20,5 anos em 2001 e de 21,3 anos em 2008 e, para um [cidadão] do Centro-Oeste, de 21,2 e 21,9 anos”, informa o Ipea.
Outra constatação da pesquisa é que a mortalidade infantil no Distrito Federal tem diminuído. Segundo o levantamento, em 2001, a taxa (mortes infantis por mil nascidos vivos) chegava a 15,2. Seis anos depois (2007) caiu para 11,1.
Ao considerar esses valores, o DF encontra-se em situação favorável, relativamente aos contextos nacional e regional. No Brasil, os patamares de mortalidade infantil são mais altos: 26,3 em 2001 e 20 para cada mil nascidos vivos em 2007. O mesmo ocorre na comparação com a Região Centro-Oeste, em que as taxas ficaram em 20,7 e 16,5 para cada mil nascidos vivos, em 2001 e 2007, respectivamente.
Edição: Talita Cavalcante