Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Em assembleia realizada hoje (13), os funcionários da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT&I), votaram pela manutenção do movimento grevista, desta vez por tempo indeterminado. A greve foi iniciada no último dia 11 e, ontem (12), os funcionários da agência de fomento ao desenvolvimento tecnológico já haviam decidido por continuar parados.
A informação foi dada à Agência Brasil pelo diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Ronald Carvalhosa. A assembleia rejeitou proposta formulada pela empresa referente à participação nos lucros e resultados (PLR), apesar de registrar “um pequeno avanço no percentual”. Os servidores da Finep querem equiparação da PLR à da categoria bancária.
De acordo com a assessoria de imprensa da Finep, o presidente do órgão, Glauco Arbix, não se encontra no Rio de Janeiro. Ele está em Brasília para discussões sobre a transformação da agência em um banco de fomento à inovação. Está prevista reunião nesta tarde, entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e a direção da Finep, para tentar um acordo com o objetivo de acabar com a greve.
Segundo Carvalhosa, o impasse entre os trabalhadores e a direção da Finep se estende desde outubro do ano passado e afeta os cerca de 600 funcionários da agência de inovação. Ele disse ainda que o impasse começou com o endurecimento das negociações por parte da Finep. Os grevistas tentam abrir canais de negociação no ministério e também no Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento.
Os compromissos assumidos na mesa de negociação garantiam incorporação da Gratificação Especial Temporária (GET) para os servidores de nível médio da Finep, reajuste de 9% e adicional de 6%. Ronald Carvalhosa explicou que isso somava um piso total de R$ 2 mil para essa faixa de funcionários, para uma jornada de oito horas diárias de trabalho, enquanto, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, o piso é R$ 1.728 para uma jornada de seis horas.
Para os funcionários de nível superior da Finep, já está acordado reajuste de 9%. Além da equiparação da PLR, eles pleiteiam o pagamento do abono de fim de ano, que não ocorreu em 2011; avanços na questão da isonomia entre servidores novos e antigos e proporcionalidade no custeio do plano de saúde que, no ano passado, teve reajuste médio de 70%.
Nova assembleia está programada para a próxima segunda-feira (16), em frente à sede da Finep, no Rio de Janeiro, para avaliar os rumos do movimento.
A direção da Finep comunicou, por meio de sua assessoria, que não está se negando a negociar com os funcionários. Explicou que não tem autonomia para decidir sobre aumento de percentuais, como o da participação nos lucros e resultados, a PLR.
Edição: Lana Cristina