Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (12) que ainda será acertado “um consenso” sobre o atendimento às mulheres com próteses de silicone rompidas das marcas francesa Poly Implant Prothese (PIP) e da holandesa Rofil. Padilha ressaltou que “a decisão” é que a rede pública e os planos de saúde têm que bancar a solução dos problemas das pacientes com implantes PIP e Rofil, mas que ainda será acertado o protocolo de atendimento.
“Nós vamos sentar com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar], a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e a Sociedade Brasileira de Mastologia para definir esse consenso, inclusive qual a melhor forma de conduzir isso em relação a essas mulheres", disse o ministro à Agência Brasil.
Segundo Padilha, é preciso ter "indicações" para a retirada das próteses, avaliar se é necessário, ou não, colocar nova prótese.
“O SUS [Sistema Único de Saúde] e os planos de saúde têm que arcar com a resolução do problema de saúde das mulheres em função de prótese, qualquer que tenha sido a motivação para colocar a prótese [cirurgia reparadora ou fim estético]”, acrescentou.
Após reunião ontem (11) com mastologistas e cirurgiões plásticos, o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, informou que o SUS e os planos de saúde irão custear a troca dos implantes de silicone rompidos em mulheres que tenham feito a cirurgia por questões de saúde (reparadora) ou motivo estético nas redes públicas ou particular.
Em nota divulgada hoje (12), a ANS informou que os planos são obrigados a cobrir a retirada da prótese rompida, entendida como uma cirurgia reparadora. Um novo implante é obrigatório somente em casos de reconstrução mamária, quando a mulher colocou a prótese de silicone por causa de uma lesão ou tumor nos seios. No fim da tarde, a agência informou que os planos devem cobrir os custos da cirurgia, mas não são responsáveis pela compra da prótese.
Representantes do Ministério da Saúde, da Anvisa e da ANS voltam a se reunir amanhã (13) para definir o atendimento e questões como qual exame será adotado para identificar a ruptura. As autoridades de saúde vão acertar ainda o acompanhamento das mulheres com implantes das marcas sem sinais de ruptura.
As pacientes serão chamadas para avaliação clínica. Para saber se é portadora de uma prótese da PIP ou Rofil, a mulher deve consultar o médico ou hospital onde fez a operação, que dispõem dessas informações.
As sociedades médicas e a Anvisa descartam uma retirada preventiva das próteses. A orientação é procurar o médico para uma avaliação clínica.
Estima-se que 12,5 mil mulheres têm implantes PIP e 7 mil da Rofil. Desde 2010, a Anvisa registrou queixas de 39 pacientes que relataram ruptura da prótese da PIP. Há reclamações também contra a Rofil, mas nenhum número foi informado.
Edição: Nádia Franco//Matéria ampliada às 18h40