Mariana Jungmann e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os poucos parlamentares de oposição que estiveram presentes no depoimento do Ministro da Integração, Fernando Bezerra, a deputados e senadores no Congresso Nacional, não ficaram satisfeitos com as informações prestadas pelo ministro acusado de favorecimento a parentes e ao estado de Pernambuco. Já os parlamentares governistas gostaram do que ouviram.
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), o ministro repetiu um “rosário de gerúndios”, falando sobre o que o governo está tentando fazer para contornar a situação nos estados atingidos pelos desastres naturais. No entanto, o oposicionista reclamou da falta de planejamento para a prevenção de catástrofes como as que estão ocorrendo em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. “O ministro reiterou apenas o que já avia dito por meio de notas, se defendendo da concentração de recursos no seu estado, mas não explicou porque outros estados que estão sofrendo com as enchentes não tiveram os seus recursos também liberados”.
Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), criticou os números apresentados por Bezerra. Na opinião do senador, o ministro manipulou informações e não foi sincero sobre os reais investimentos do governo na defesa civil. “Mas nosso objetivo não era obter respostas sinceras do ministro, nosso objetivo era tentar mostrar um pouco mais do que ocorre à população do país. Levar um pouco mais de informações para que a população pudesse julgar o governo sabendo onde está sendo aplicado o dinheiro do imposto que paga com tanto sacrifício”.
Para os líderes governistas, o ministro se saiu bem. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que as dúvidas foram esclarecidas e que tanto o ministro, quanto o governo saem fortalecidos do embate com a oposição. “O portal da transparência mostrará todos os recursos que foram distribuídos e a forma como eles foram distribuídos. E isso é incontestável. Creio que o ministro foi bem e o governo sai fortalecido”.
O líder do governo em exercício na Câmara dos Deputados, Luciano Castro (PR-RR), também gostou das explicações. Segundo ele, não foi difícil defender o ministro uma vez que ele apresentou bons argumentos durante o depoimento. “Para nós é fácil defender o ministro quando há justificativas plausíveis. O ministro mostrou de forma transparente a justificativa da execução orçamentária da sua pasta”.
A comissão representativa do Congresso Nacional se reuniu hoje (12) a pedido do próprio ministro para ouvi-lo. Fernando Bezerra se defendeu de acusações de prática de nepotismo, em função da presença do seu irmão à frente da Codevasf, e de outros parentes que atuam em cargos de confiança em órgãos públicos. Além disso, ele precisou esclarecer a liberação de emendas parlamentares para seu filho e a o grande volume de recursos da sua pasta destinados a Pernambuco.
Edição: Rivadavia Severo