Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, vai lançar no mercado, até março deste ano, programa destinado a estabelecer níveis de segurança e de eficiência energética para microcomputadores.
O regulamento foi enviado à consulta pública e recebeu comentários de fabricantes da China, União Europeia e dos Estados Unidos. Essa foi a segunda vez que um regulamento do Inmetro recebeu comentários de outros países. O caso anterior foi a regulamentação de brinquedos, lembrou o chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Gustavo Kuster.
A medida, disse ele, está ligada à quantidade crescente de computadores nas residências brasileiras. Será objeto da medição o conjunto de equipamentos de informática e não peças isoladas, esclareceu Kuster.
A ideia inicial é tornar a norma voluntária. Gustavo Kuster ponderou, entretanto, que a adesão à medida poderá tornar-se compulsória, diante da edição, no ano passado, pelo Ministério do Planejamento, de instrução normativa que estabelece que as licitações de produtos de informática dos órgãos públicos devem dar prioridade a equipamentos que receberam o selo do Inmetro de segurança e de eficiência energética. “O maior comprador de qualquer país do mundo sempre é o governo. Aí, um programa nosso, que é voluntário, passa a ter esse peso”.
O Inmetro deverá baixar ainda, ao longo de 2012, normas para medição do consumo de energia de televisões no modo on, isto é, quando os aparelhos estão ligados, da maneira como vem sendo feito para aparelhos no modo espera (stand by). Serão objeto da publicação também os aparelhos de vídeo e som nos modos on e stand by. “Se for contar, em uma casa em que moram duas ou três pessoas, a média é dez equipamentos no modo stand by, por baixo”, disse Kuster.
O instituto pretende também começar a etiquetar caixas de TV a cabo, que são “outros grandes consumidores de energia”, além de passar a avaliar o nível de ruído de vários aparelhos, entre eles geladeiras e equipamentos de ar-condicionado.
O Inmetro passará a avaliar ainda este ano, de forma classificatória, o consumo de água de equipamentos em geral, como o sistema de descarga e torneiras. Para Gustavo Kuster, isso é “um pouco mais complexo, porque requer estudo para saber a quantidade suficiente de água para lavar a mão, tomar banho, por exemplo”.
Ele lembrou que o aparelho mais eficiente requer pesquisa e investimentos. “Se o consumidor não está sabendo, por que a indústria vai se interessar em buscar?”, indagou. A etiqueta do Inmetro tem a característica também de indicar à indústria um caminho para buscar produtos mais eficientes, acrescentou Kuster.
Edição: Graça Adjuto