Da Agência Lusa
Brasília - O procurador que atua no julgamento do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak pediu hoje (5) a pena de morte para o réu, acusado de envolvimento na morte de manifestantes durante a revolta popular no país.
“A lei prevê a pena de morte para o homicídio premeditado”, declarou o procurador Mustafa Souleimane no final da apresentação das alegações, hoje no tribunal do Cairo, onde ocorre o julgamento.
O procurador, que apresenta as suas alegações desde terça-feira (3), considerou ontem que existem provas sólidas do envolvimento do ex-presidente egípcio na morte de manifestantes durante a revolta popular de 2011.
"A acusação confirmou que Mubarak, Habib Adli [antigo ministro do Interior] e seis altos responsáveis pela segurança ajudaram e incitaram os disparos contra a multidão que se manifestava a exigir o fim do regime”, declarou o procurador. Mustafa Souleimane denunciou
a falta de cooperação das autoridades com a acusação.
O procurador pediu ainda a pena máxima para o ex-ministro do Interior egípcio e para os seis altos responsáveis pelos serviços de segurança, que estão sendo julgados simultaneamente.
Mubarak e os colaboradores são julgados pela repressão das manifestações contra o regime, no início de 2011, que fez 850 mortos, de acordo com números oficiais.
O ex-presidente egípcio, de 83 anos, que está detido preventivamente num hospital militar nos arredores do Cairo, declarou não ser culpado. O julgamento deverá ser retomado na
segunda e na terça-feira.