Carolina Pimentel*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe se reunirão para discutir o relatório dos observadores enviados a Síria no próximo domingo (8). Eles irão para verificar a execução do plano de paz assumido pelo governo do presidente Bashar Al Assad. O encontro estava marcado para ocorrer no sábado, mas foi transferido para o dia seguinte por causa das comemorações do Natal Ortodoxo no Cairo, capital do Egito.
A reunião será coordenada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, e os chanceleres do Egito, Sudão, da Argélia, do Catar e de Omã. Os observadores enviados pela Liga Árabe permaneceram uma semana na Síria para avaliar o cumprimento do plano pactuado com o governo de Damasco, que prevê a retirada do Exército das ruas, a libertação dos presos durante os protestos, e o início do diálogo com a oposição.
As primeiras informações indicam que a violência ainda é intensa no país. O secretário Nabil Al Arabi, pediu cessar-fogo na Síria onde o regime continua reprimindo manifestações pró-democracia. Em entrevista coletiva no Cairo, o secretário disse que os observadores relataram tiros e atiradores emboscados em cidades do país.
O comitê que coordena o movimento de revolução na Síria informou hoje (4) que 6.153 pessoas morreram vítimas das forças de segurança comandadas por Assad, desde março do ano passado quando começaram os protestos. Quase 3 mil mortes, conforme a organização, ocorreram na província de Homs, próxima a capital Damasco. Segundo a organização, quatro pessoas morreram hoje vítimas dos ataques dos homens de Assad nas províncias de Hama, Idlib e Dara´a.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 5 mil pessoas foram mortas nos conflitos na Síria.
O Conselho Nacional, que representa os opositores sírios, informou que não obteve consenso com o Comitê de Coordenação Nacional para a Mudança Democrática (CNN), que atua na Síria, sobre a condução para a transição de governo.
De acordo com organizações não governamentais, o CNN não é bem visto pelos manifestantes por ter defendido o diálogo com o governo de Assad e ter rejeitado ajuda da comunidade internacional para o fim dos conflitos. No final do mês passado, o Conselho Nacional chegou a declarar ter fechado um cronograma para a transição após a saída de Assad.
*Com informações da agência pública de notícias da Argentina Telam
Edição: Rivadavia Severo