Alex Rodrigues
Enviado Especial
Ouro Preto (MG) – Dona de uma das duas casas atingidas pela terra e o material rochoso, que, no final da noite do último domingo (1), soterraram parte da Rodoviária de Ouro Preto (MG), matando dois taxistas, Vania Rodrigues disse hoje (4), à Agência Brasil, que escapou com vida "por um triz". Quem vê sua casa custa a crer que ela tenha permanecido de pé.
Faltavam sete minutos para meia-noite e Vânia e sua filha, de 34 anos, estavam acordadas. De repente, ouviram um estrondo e toda a estrutura da casa número 677, da Avenida Padre Rolim, tremeu. Houve um clarão e, então, as luzes se apagaram. Antes mesmo que a dona da casa se desse conta do que estava acontecendo, já havia água da chuva misturada à lama por todos os cômodos.
"Ficamos apavorados. Aí, os vizinhos começaram a gritar que a serra [de Ouro Preto] estava desmoronando e que ia cair mais e nós saímos correndo no escuro", lembra Vania.
A casa do lado esquerdo da sua foi ainda mais afetada. Segundo Vania, embora houvesse ao menos cinco pessoas na hora, ninguém saiu ferido. "Foi Deus. O chão da casa deles foi erguido quase até o teto, que rachou, e todo mundo saiu pelo telhado, menos uma das moças".
Vania, que já entrou em casa para apanhar alguns pertences pessoais e retirar seus gatos, diz que a construção está perdida. "Agora, é procurar outra casa e bola pra frente. Eu e minha filha estamos com vida e isso é o que importa. O jeito é trabalhar e, aos poucos, tentar refazer tudo de novo".
Edição: Lana Cristina