Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Empresas brasileiras de construção civil têm buscado em Brasileia (AC) a mão de obra de haitianos que não param de chegar ao país pela fronteira do estado com a Bolívia e o Peru. No próximo dia 9, a empresa mineira URB Topo Engenharia e Construção selecionará em Brasileia metade dos 100 operários que construirão uma fábrica de cimento da Votorantim em Cuiabá (MT).
Outros haitianos com situação regularizada no Brasil já foram contratados para trabalhar em empresas de Porto Velho (RO). Entre elas, algumas que prestam serviços na construção das usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, disse à Agência Brasil o secretário de Justiça e Direitos Humanos do governo do Acre, Nilson Mourão. Empresas de Santa Catarina e São Paulo também já usam a mão de obra dos haitianos em seus quadros.
O gerente de Recursos Humanos da URB Topo Engenharia, Frederico Morais, destacou que os 50 funcionários selecionados em Brasileia terão todos os direitos trabalhistas garantidos, o mesmo salário pago aos operários brasileiros, alojamento, além das três refeições diárias. Ele disse que nos seis meses de duração da obra os haitianos serão avaliados e os que mais se destacarem poderão ser contratados para execução de novos trabalhos.
Morais soube pelo governo acriano que entre os imigrantes havia pedreiros, carpinteiros e mestre de obras. Entretanto, nesse período de avaliação, todos serão contratados como serventes de pedreiro.
O secretário de Justiça do Acre disse que a iniciativa das empresas brasileiras representa uma boa contribuição no sentido de tentar absorver essas pessoas no mercado de trabalho. “É a chamada responsabilidade social.”
A freira e diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Rosita Milesi, informou que as contratações começaram em 2010. Só em Porto Velho, a estimativa da entidade é que entre 200 e 250 haitianos estejam trabalhando. O instituto atua com vários parceiros, entre os quais a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no apoio aos imigrantes e refugiados que vêm para o Brasil.
Edição: Talita Cavalcante