Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As inscrições para a Mostra São Paulo Exposamba foram prorrogadas até 6 de janeiro. Com 141 eventos em 96 espaços, a mostra pretende dar visibilidade a talentos ainda desconhecidos pelo público. “O que se pretende é dar oportunidade aos novos compositores. Quando eu digo jovens compositores, eu não digo necessariamente jovens de idade, mas que não tiveram oportunidade de aparecer na mídia até agora”, explicou o organizador da mostra, José Maria Monteiro. A organização decidiu estender o prazo para as inscrições em função da dificuldade que alguns compositores tiveram de enviar seus vídeos no período de festas.

Compositores de todo o país podem inscrever canções que serão interpretadas em escolas e casas de shows, concorrendo a prêmios de até R$ 35 mil. “Nós vamos mostrar todos os sambas inscritos até o limite de mil [inscrições], em 40 CEUs [ Centros Educacionais Unificados], que ficam localizados na periferia da cidade de São Paulo”, ressaltou Monteiro. Até a última sexta-feira (23), foram inscritas 420 composições.

Nos dias 7, 8, 14, 15, 21, 22, 28 e 29 de janeiro, haverá uma pré-seleção com os mil sambas inscritos, que serão mostrados em duas casas de espetáculos e nos 40 CEUS. Haverá ainda uma segunda fase, em que os candidatos selecionados se apresentarão nos mesmos palcos que intérpretes consagrados, em dez grandes casas de evento da cidade. Metade dos vencedores será escolhida pelo voto popular e o restante pelo corpo de jurados.

A apreciação do espetáculo em várias partes da cidade ajuda, segundo Monteiro, a fazer uma boa avaliação qualitativa das composições. “A gente quer ter uma média da opinião pública de São Paulo, que reflete, em grande medida, a média de opinião pública do Brasil”, destacou. Para ele, a iniciativa amplia a importância da capital paulista na construção da cultura brasileira. “São Paulo retomará a sua posição de caixa de ressonância da brasilidade e da música brasileira, tal qual foi até os anos 1960”.

Também ocorrerão eventos de música instrumental com artistas brasileiros, cubanos, africanos e norte-americanos. Serão oito noites resgatando as origens da música negra que foi base para a construção do samba. A dança estará representada em 30 eventos na periferia paulistana e em 15 shoppings do estado. Com a interação com o público, espera-se ainda descobrir talentos locais.

Edição: Lana Cristina