Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma comitiva formada por 29 empresários europeus está no Brasil para discutir oportunidades de negócios com o empresariado brasileiro. O grupo, liderado pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Antônio Tajani, foi recebido hoje (15) por dirigentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na comitiva, estão empresários de diversos setores como turismo, construção, energia, vestuário e automobilístico. Segundo Tajani, a receita da delegação é equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha. O principal interesse da Comissão Europeia, de acordo com ele, é trazer ao Brasil pequenas e médias empresas que ainda não exploraram o mercado nacional. “O Brasil é importante porque nós estamos trabalhando em favor da internacionalização das nossas empresas. Há um mercado interior com 500 milhões de cidadãos na Europa, mas há mercados importantes na China, Rússia e América Latina”, disse.
Para a Comissão Europeia, a vantagem que o Brasil terá nesse processo de aproximação é a possibilidade de melhorar a qualidade dos seus produtos com a expertise das empresas daquela região. O diretor de Operações da CNI, Carlos Abijaodi, avalia que o país precisa de mais qualidade na sua produção para ter competitividade.
“Isso se consegue introduzindo a inovação. Seja no processo de fabricação, seja no design ou na própria concepção de um novo produto. A União Europeia reúne países que são mestres nessa parte de tecnologias novas e queremos descobrir, com eles, oportunidades de termos aqui no nosso mercado, por meio de parcerias com empresas”, observou. Segundo Abijaodi, não foi definido como se dará esse processo, mas uma das possibilidades é a associação entre empresas brasileiras e europeias, as chamadas joint ventures.
Ao longo do ano, a CNI recebeu mais de 20 delegações da Europa interessadas em conhecer empresas brasileiras e estudar o potencial de diferentes setores da economia nacional. Uma das áreas em que o país buscará estabelecer essas parcerias, segundo o diretor da CNI, será a cadeia de gás e petróleo. Na avaliação da entidade, o Brasil pode adaptar tecnologias de exploração de petróleo em águas profundas, que são utilizadas em países como a Inglaterra, Irlanda e Noruega, para preencher as lacunas que surgirão na exploração da camada pré-sal por empresas brasileiras.
“O Brasil representa, hoje, um futuro que eles deixaram de observar. Eles passaram muito tempo preocupados com o próprio mercado interno e a União Europeia. Houve esse distanciamento e acho que, agora, há uma grande oportunidade [de novas parcerias]”, estima Abijaodi. Durante o encontro, a CNI e a Comissão Europeia firmaram um acordo para intercâmbio entre jovens empresários brasileiros e europeus para que eles conheçam experiências de empreendedorismo fora de seus países.
Edição: Lana Cristina