Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, considerou “triste” o país registrar baixo crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), segundo apontado em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desta semana. Anastasia falou para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e comentou aspectos atuais da economia brasileira.
“Temos pressa e nos esquecemos que a consolidação dos processos de educação, saúde, segurança, planejamento empresarial, especialmente na área pública, demandam tempo, inteligência, criatividade. E os frutos não são para hoje, mas devem ser lançados. Se tivéssemos esse espírito alguns anos atrás, certamente teríamos hoje uma economia que não teria o PIB zero apresentado agora, do último trimestre. Coisa triste para todos nós. Que até os países em crise tiveram PIB maior do que o brasileiro.”
O governador mineiro falou também da pauta de exportação brasileira, segundo ele muito concentrada na venda de artigos primários, como minério de ferro e produtos agrícolas. “Nós invertemos a pauta de exportação no Brasil. Até alguns anos atrás, mais de 60% eram manufaturados e menos de 40% eram commodities [artigos primários]. Hoje está invertida e seguindo nessa tendência, vamos chegar a 70% de commodities. Para se ter uma ideia, o minério de ferro produzido em Minas vai para a China, é transformado em aço, e volta mais barato que na Usiminas, a poucos quilômetros de nossas jazidas. Isso em razão da política econômica.”
O presidente da ACRJ, Antenor Barros Leal, representando os empresários, também ressaltou as distorções na balança comercial. “Estamos hoje, em dezembro de 2011, atingindo US$ 100 bilhões de déficit no comércio internacional de manufaturados. Importamos de automóveis a liquidificadores. Precisamos nos tornar exportadores de produtos com tecnologia, inovação e criação brasileiras”, disse.
Edição: Aécio Amado