Organizações não governamentais mexicanas preparam denúncia contra presidente em Corte Internacional

25/11/2011 - 7h54

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O presidente do México, Felipe Calderón, deverá ser denunciado hoje (25) por organizações não governamentais por crimes de guerra e de lesa-humanidade no Tribunal Penal Internacional (TPI). As denúncias se referem ao aumento da violência no país envolvendo ações de integrantes dos cartéis, grupos paramilitares e as Forças Armadas. Apenas ontem (24) foram encontrados 26 corpos na região de Guadalajara – a segunda maior do país.

O TPI tem competência para julgar os responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade, além de genocídios, se os tribunais nacionais não puderem ou não quiserem processar os criminosos.

Criada em 2002, a Corte Internacional conta com a participação de 108 países. Recentemente, o procurador-chefe do tribunal, Luis Moreno Ocampo, foi à Líbia para verificar as condições de julgamento que serão dadas a Saif Al Islam, filho do ex-presidente líbio Muammar Khadafi.

As organizações não governamentais mexicanas denunciam assassinatos, torturas, mutilações e ataques contra civis. A denúncia contra Calderón e traficantes em geral envolve os grupos Associação de Advogados Democráticos e o Centro de Direitos Humanos Pro Juárez, entre outros. A região de Juárez, no México, é conhecida pelos casos de desaparecimento e assassinatos de mulheres.

Ontem (24) o secretário-geral do governo de Jalisco, Fernando Guzman Perez Pelaez, disse que as 26 vítimas encontradas mortas em Guadalajara tinha entre 25 e 35 anos de idade. Os corpos foram encontrados no interior de três vans na cidade e alguns estavam de mãos atadas.

Pelaez disse que as mortes têm ligação com grupos criminosos. Mas acrescentou que as  investigações ainda estão em curso e detalhes não podem ser fornecidos. No México, dez cartéis de narcotráfico, tráfico de armas e pessoas disputam espaço para ampliar poderes.


*Com informações da agência pública de notícias do México, Notimex   //    Edição: Lílian Beraldo