Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – Até março de 2012, deve ficar pronto o projeto do Núcleo Regional de Fronteira no Paraná, que vai beneficiar 2 milhões de habitantes dos 139 municípios brasileiros localizados na fronteira com Paraguai e Argentina. O decreto de instalação do núcleo paranaense foi assinado no 1º Encontro Anual de Núcleos Estaduais de Fronteira, que reuniu, nos últimos dois dias, em Foz do Iguaçu, representantes dos 11 núcleos de estados fronteiriços já implantados.
O encontro serviu para que os núcleos pudessem trocar experiências e planejar uma agenda de compromissos para 2012, em prol dos 588 municípios da faixa de fronteira brasileira. Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, Sérgio Duarte de Castro, cada núcleo apresentou o que foi feito desde a criação da Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (Cdif), em abril.
“Decidimos estabelecer uma metodologia comum para a elaboração de cada plano, com ações que possam se tornar realidade a curto e longo prazos e que sejam eficientes para mudar o panorama da fronteira brasileira. Estamos padronizando só a metodologia. Cada núcleo vai refletir a sua realidade, já que temos uma fronteira extremamente diversa”, disse o secretário à Agência Brasil.
A fronteira brasileira tem cerca de 16 mil quilômetros de extensão, onde estão 588 municípios distribuídos em 11 estados, onde vivem 10 milhões de pessoas. Compõe a faixa de fronteira: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. “Moradores dessas regiões têm alguns traços comuns, que são a forte concentração da pobreza e baixa infraestrutura. Em algumas regiões há baixa ocupação e não há oferta de empregos básicos. Para termos segurança nessas áreas é preciso oferecer alternativas para essa população, para que permaneça agindo dentro da lei, sem ser atraída pelo mundo do crime”, disse o secretário.
De acordo com Castro, há diferentes formas de contrabando ao longo da fronteira brasileira. “Aqui no Sul, prevalece a questão das drogas, das armas. No Norte, a biopirataria e a exploração ilegal da madeira. A sustentabilidade da Amazônia está relacionada às nossas ações de proteção à faixa de fronteira”, concluiu.
Edição: Vinicius Doria