Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, alertou que qualquer ataque militar ao Irã pode ter sério impacto no Oriente Médio. Segundo ele, uma ação pode não conseguir parar o que os Estados Unidos e Israel acreditam ser um programa para o desenvolvimento de armas nucleares no país. Panetta ressaltou que um eventual bombardeio conseguirá apenas adiar os planos nucleares do Irã. No entanto, a medida causará danos às Forças Armadas norte-americanas que atuam na região.
A possibilidade de ataque ao Irã e de adoção de mais sanções na Organização das Nações Unidas (ONU) foi causada pelo vazamento de parte de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Nele, técnicos indicam que há no programa nuclear iraniano condições e sinais de produção de armas nucleares. Os iranianos negam a informação.
Em visita a Brasília com mais quatro deputados, o chefe da delegação parlamentar iraniana, Mohammad Mehid, disse à Agência Brasil que o Irã reagirá com “respostas fortes” em caso de ameaças ao país. Mehid associou as “respostas fortes” às ações militares. “Vamos proteger o nosso país. Acreditamos que os inimigos [do Irã] sabem da nossa força e capacidade militar”, disse.
Os parlamentares se reuniram com deputados brasileiros na Câmara. Eles informaram que conversaram também sobre direitos humanos e a possibilidade de incrementar as parcerias comerciais e econômicas. Os iranianos disseram ainda que se interessam em compreender a execução dos regimentos internos da Câmara e do Senado.
No entanto, os deputados indicam que sua preocupação é com a possibilidade de os Estados Unidos - que já anunciaram essa intenção - liderarem um movimento em favor da imposição de mais sanções ao Irã devido ao vazamento de parte do relatório da Aiea e as suspeitas sobre o programa nuclear iraniano. Os técnicos informam que há sinais de produção de armas nucleares.
A expectativa é que hoje (11) o governo brasileiro se pronuncie sobre o assunto, depois da divulgação oficial do relatório pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Por enquanto, o clima é de cautela. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse que “é cedo para fazer previsões”. Segundo ele, o relatório será analisado em detalhes.
*Com informações da BBC Brasil//Edição: Graça Adjuto
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