Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os deputados, autores do requerimento para que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esclarecesse na Câmara denúncias de irregularidades na pasta, fizeram diversas perguntas a ele, na audiência que ocorre neste momento, na Comissão de Fiscalização e Controle. Lupi foi convidado para falar sobre denúncias de recebimento de propina por assessores do ministério, paga por organizações não governamentais (ONGs).
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) perguntou a Lupi se ele havia recebido algum alerta da Casa Civil de problemas com a prestação de contas de ONGs. Ele também quis saber se o ministro havia usado um jatinho pertencente a um dos dirigentes da Fundação Pró-Cerrado, Adair Meira – o que o parlamentar considerou um fato grave.
Lupi informou aos deputados que desconhece o dirigente da entidade e que nunca usou o jatinho dele. “Não tenho relação pessoal com o seu Adair. Não sei onde ele mora e nunca andei em avião dele. Já andei em aviões que o PDT [meu partido] alugou para eventos da legenda. Todos são contabilizados e prestados conta.”
O deputado Fernando Francischini (PSDB-PA) quis saber detalhes sobre a prestação de contas das instituições conveniadas. Lupi destacou que o convênio com a Fundação Pro Cerrado foi acompanhado e a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia verificado falhas em alguns pontos. Quando foi verificada essa falha, o repasse foi suspenso e a ONG chegou a ficar cerca de 130 dias sem receber recursos. A destinação só se normalizou com o aval da CGU.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou a dizer que Lupi deveria entregar o cargo e abrir suas contas para dar “transparência” aos fatos. Ele também falou sobre as declarações do ministro de que há uma série de denuncismo por parte da imprensa. “Existe uma onda de corrupção que está sendo denunciada, não podemos inverter as coisas. Estamos trazendo fatos que foram levados ao conhecimento da sociedade por conta da imprensa”, defendeu o deputado.
Edição: Talita Cavalcante