Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ex-presidente da Comissão de Energia Atômica no Japão Yoichi Fujii-e cobrou hoje (8) das auatoridades mais clareza nas informações sobre os acidentes nucleares ocorridos no país. Em 11 de março deste ano, um terremoto seguido por tsunami causou danos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, gerando explosões e vazamentos radioativos. Os acidentes foram considerados piores do que o de Chernobyl (na Ucrânia), em 1986.
Fujii-e disse que um dos erros depois da tragédia foi as autoridades japonesas não terem "informado o que havia acontecido". Especialista em energia atômica e doutor em engenharia pela Universidade de Tóquio, ele comandou as investigações sobre as explosões e os vazamentos.
"O grande erro foi que, entre os dias 11 e 16 de março, as autoridades japonesas não informaram o que estava acontecendo. Não conseguiram explicar a diferença entre o terremoto e o acidente nuclear", disse Fujii-e.
O ex-presidente da Comissão de Energia Atômica defendeu a necessidade de aperfeiçoar a gestão de acidentes. "Com 66 anos de experiência após as armas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, nós seguimos a filosofia de que podemos nos recuperar desse acidente. Vamos pensar novamente se podemos superar a tragédia com um trabalho conjunto em âmbito internacional", disse.
A Comissão de Energia Atômica do Japão informou que o país precisará de pelo menos 30 anos para desmontar a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. Em setembro, foi anunciado que a radiação no mar de Fukushima é o triplo do que havia sido estimado pela empresa operadora. A contaminação, segundo especialistas, foi causada pelo uso de água para arrefecer os reatores. A água contaminada vazou para o mar.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa//Edição: Graça Adjuto