Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O estado de São Paulo continuou liderando em 2009 o ranking dos municípios de maior desenvolvimento do Brasil, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado hoje (5) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio.
Em 2009, a primeira colocação foi alcançada por Barueri, que se mantém entre as dez cidades de alto desenvolvimento desde a primeira edição do IFDM, em 2008. Entre os 15 melhores municípios do Brasil em termos de desenvolvimento, apenas um – Lucas do Rio Verde (MT) - não é paulista.
“Lá tem importante cultivo de commodities, como soja, milho e algodão”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o economista Guilherme Mercês, gerente de Estudos Econômicos da Firjan. Commodities são produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional.
Em contrapartida, o Maranhão, por meio do município de São Felix das Balsas, teve a pior posição no ranking geral de desenvolvimento. O IFDM de 2009 mostra ainda que, pela primeira vez, outras capitais, além de São Paulo, Vitória e Curitiba, entraram no rol das 100 melhores cidades do país. Elas são Florianópolis, Campo Grande, Belo Horizonte, Palmas, Rio de Janeiro e Goiânia.
Mercês destacou que Palmas, capital do Tocantins, foi o primeiro e único município da Região Norte que chegou aos 100 melhores do Brasil, “por conta, principalmente, de incrementos na área de emprego e renda. No ambiente de crise, conseguiu se destacar”.
Em relação à cidade do Rio de Janeiro, o economista da Firjan explicou que a inclusão entre os 100 municípios de maior desenvolvimento é resultado dos avanços registrados no setor de educação. A capital fluminense apresentou as melhores notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “E o Rio de Janeiro manteve um alto índice de emprego e renda, por conta principalmente do setor petrolífero”.
De acordo com o estudo, em termos absolutos, o estado de São Paulo apresenta o maior número de municípios (168) incluídos entre os 500 melhores em emprego e renda, seguido de Minas Gerais (51) e do Rio Grande do Sul (48). Em termos relativos, isto é, quando se considera o número de cidades em cada estado, o Rio conseguiu incluir 29 dos seus 92 municípios entre os 500 melhores do IFDM Emprego e Renda, refletindo o bom momento da economia fluminense.
O único município, entretanto, a receber nota máxima do IFDM Emprego e Renda foi Ipojuca (PE), enquanto Tarrafas (CE) ficou em último lugar. Guilherme Mercês informou que Ipojuca é um grande centro petrolífero. “A maior refinaria do Hemisfério Sul está localizada em Ipojuca”. Segundo o economista, isso reflete o início do movimento de exploração de petróleo na camada do pré-sal, que demandou mão de obra qualificada e elevou o índice de emprego e renda daquela cidade ao máximo.
Em geral, o IFDM Emprego e Renda de 2009 registrou queda de 5,2% no país, em relação ao ano anterior, em função da crise mundial, principalmente nos grandes centros econômicos. “Dos 50 maiores mercados de trabalho do país, 37 recuaram na área de emprego e renda. O impacto da crise foi bastante agudo”, disse o gerente de Estudos Econômicos da Firjan.
Edição: Graça Adjuto