Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Das 304 mortes causadas por acidentes em redes de energia elétrica registradas em todo o país no ano passado, 88 ocorreram na construção civil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, os acidentes acontecem, geralmente, em construções informais, vitimando pessoas não qualificadas para a função.
“São pessoas que trabalhavam na construção de puxadinhos, na pintura de fachadas, na colocação de letreiros, perto da rede elétrica”, explicou. Os números foram divulgados hoje (4), na apresentação da 6ª Semana Nacional da Segurança da População com Energia Elétrica, de 7 a 13 de novembro.
Leite destacou que o aumento do número de acidentes na construção civil vinculados à energia elétrica nos últimos anos está relacionado com a melhoria das condições de vida das famílias de baixa renda. “Com mais disponibilidade de recursos para fazer obras em casa, elas fazem [as reformas], normalmente, sem a orientação técnica adequada e se envolvem em acidentes”.
As ligações clandestinas de energia, a instalação de antenas de televisão e a brincadeira de soltar pipas também estão entre as causas de acidentes com mortes envolvendo as redes de eletricidade. O presidente da Abradee disse que os acidentes podem ser evitados se as pessoas se conscientizarem dos riscos de mexer na rede de eletricidade. “A orientação é que, se a pessoa não tem capacitação técnica para operar a rede, não toque nela." leite alerta que os usuários precisam estar "conscientes de que a energia elétrica é perigosa, não tem cheiro, não tem cor, não faz barulho e as pessoas não conseguem enxergar se a rede está ou não energizada”.
A Semana Nacional da Segurança da População com Energia Elétrica é uma iniciativa da Abradee com 42 concessionárias de energia do país. A expectativa é alcançar 160 milhões de pessoas com mensagens sobre uso seguro da energia elétrica em contas de luz, cartilhas e folhetos explicativos, palestras educativas em escolas e canteiros de obras e campanhas publicitárias.
Edição: Vinicius Doria